sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Polêmicas envolvendo a mudança do nome de Campo Formoso para Orizona

Provavelmente uma das leis mais importantes que tenham impactado a Orizona e outros municípios goianos no século XX foi o Decreto-Lei nº 8.305, de 31 de dezembro de 1943, que deliberou sobre as mudanças administrativas e jurídicas dos municípios goianos. Foi assinada pelo interventor federal Pedro Ludovico Teixeira. O decreto-lei tinha validade semelhante a uma lei ordinária. Na época, da regência de um regime de exceção, os poderes dos governos eram amplos.
O município de Campo Formoso havia recebido telegrama (imagem abaixo), enviado pelo Conselho Nacional de Geografia em outubro de 1943, na pessoa de seu presidente Humberto Ludovico Teixeira, dando prazo para que se apresentasse uma proposta de mudança do nome da localidade em dez dias, sendo que esse nome não poderia ser igual a outro existente no país, ser estrangeiro, composto ou homenagear pessoa viva. Pelo prazo dado, é possível imaginar na ‘sinuca’ que ficou o prefeito José da Costa Pereira. Ninguém muda o nome de uma cidade em dez dias.
A Prefeitura (sede da Prefeitura na foto acima/ IBGE) promoveu um concurso e algumas propostas foram apresentadas, sendo que a vencedora foi ORIZONA, termo do latim que significa "Região do Arroz". O termo surgiu da junção do prefixo "oriza", que significa Arroz, e do sufixo "zona", que significa Região. Passada a escolha, no prefeito Zequinha Costa e o médico Raphael Leme Franco, autor da proposta, tiveram que passar o restante de suas vidas respondendo a acusações e opositores e tentando justificar a validade do novo nome, seja em conferências, no plenário do Congresso ou em páginas de jornais e revistas. Foram muitas as vezes que Zequinha se correspondeu com linguistas, colhendo opiniões a respeito.
Dois grandes opositores de primeira ordem foram o padre José Trindade da Fonseca e Silva (Cônego Trindade), na época pároco em Campo Formoso, e o notável Benedicto Silva. A principal justificativa é que filologicamente, a justaposição não existiria. Cônego Trindade, por exemplo, afirmou:
No dia nove de janeiro de 1934 o autor dessas linhas tomada, digo, tomava posse da piedosa paróquia de N. Senhora da Piedade de Campo Formoso, hoje erradamente um decreto ditatorial mudou para o ‘bárbaro’ antefilológico e errado ‘Orizona’, como significando “zona de arroz”. Orizania sim, e nunca Orizona. Vid trabalho nosso em O Anápolis, em que transcrevo carta de opinião sobre o ‘bárbaro’ nome. Cartas dos melhores gramáticos do Brasil: Sá Nunes, Napoleão Tôrres e Antenor Nascentes”.
A crítica de Benedicto Silva (foto abaixo/ FGV) talvez tenha a sua motivação baseada em um aspecto pessoal, nostálgico. No seu prefácio do livro “Tempos de Ontem” (1972), de Nelly Alves de Almeida, chamou Campo Formoso de sua ‘cité engloutie d’Is’ (a cidade submersa):
Campo Formoso! Como sou fiel a esse nome! Por que? Porque evoca a meninice, a gostosa ‘aurora da vida’, os mergulhos no ‘Poço Alegre’, o Mestre Mesquita, os sapos que o Hastímphilo trazia nos bolsos, o bodoque do Guido, as barbas e as vacas de ‘Sêo’ Jeremias, as galinhas de ‘Mota Velha’, o tapume vivo de Joana ‘Ridulêra’, as jabuticabas do ‘Tio’ Roldão, os fogos de vista do Roque ‘Fogueteiro’ nas Festas do Divino, a estranha linguagem do ‘Mocha-mochaeu-moché’, a viola incrivelmente enfeitada da Ana ‘Priquita’, as pescarias com o Alfeu, a primeira namorada, o milheiro de adobes de muro (15 quilos cada um) que fiz, aos 10 anos de idade, para o farmacêutico abastado Euclides Tolentino Bretas por 20$000 (vinte mil réis), amassando com as pernas finas e carregando nas mãos, sozinho, 15 toneladas de barro, e tantas, tantas outras reminiscências entesouradas como relíquias intransferíveis e fervilhantes no fundo da memória”.
Uma discussão também se viu nas páginas do jornal O Popular, onde a publicação de alguém com um viés de pensamento era prontamente respondido. Em defesa novo nome, da cidade que governava, José da Costa Pereira escreveu à revista Oeste de fevereiro de 1944 (edição número 13) o breve ensaio “Orizona”:
Não desejando impor a minha vontade exclusiva em assunto tão importante; e, como se tem preferido nomes tupicos a casos semelhantes, lembrou-me o ‘Dicionário da Língua Tupi’, de Gonçalves Dias, lancei mão desse vocabulário e organizei lista de nomes, assim indígenas, a se proporem à escolha por parte de intelectuais e de comerciantes, aqui residentes.
Antes, como importava, procedi à supressão dos ‘nomina locorum’, inscritos, já, no livro ‘Divisão Territorial dos Estados Unidos do Brasil’, bem como à dos que figuravam no ‘Guia Levi’.
Submetida a lista à mercê de quem quisesse opinar, médico local, sabidamente douto, propôs o acréscimo dos seguintes:
ORIZONA e Jubara.
Elegeu-se, por maioria de votos, Orizona, isto é, recebeu este 24 votos, quando Orizona 8, Manhana e Caruaba 5, Coema e Porangatu 4, Potira e Jubara 3, conforme apuração devida e rigorosamente fiscalizada”.
Para justificar a escolha, o prefeito e intelectual recorreu a autores como Ribeiro de Vasconcelos, Olavo Bilac, Mário Barreto, Sá Nogueira, Cândido Figueiredo, Virgílio e Fagundes Varela. Também lembrou da apresentação da proposta do nome por Dr. Raphael Leme Franco: “Entretanto ao médico local, douto, muito douto, ao apresentar o topônimo Orizona, de outra forma de composição assaz simples. Tomou do papel, da pena e grafou: ‘oriza’ + ‘zona’ – ori(za) zona. Da mesma sorte se deriva idolatra de ídololatra e bondoso de bondadoso”. Zequinha (Foto acima/ Danilo Borges) observa que ‘Orizona’ postula ‘oriza’, que significa ‘de arroz’, como Mariana ‘de Maria’. Também defende que seja um gentílico latino, e não do Tupi, como estava na ‘moda’ modernista. Sobre proposta do Cônego Trindade, acrescenta que ‘Arizania’ seria uma proposta impossível de sustentar.
O mesmo também acredita também que trazer gramáticos e filólogos para a mesa de debates seria fastidioso, uma forma de fuga. Por fim, defende que “Campo Formoso é cidade, sede de município que produz bastante arroz: e este, com a pecuária, canaliza dinheiro aos bolsos de quase todos os habitantes, principalmente aos dos pequeninos, maioria. Eis a razão por que vai se chamar ORIZONA”. E assina o texto com ‘Campo Formoso – Goiás’, apesar de já ser Orizona.
Outros municípios reverteram posteriormente o nome. Um exemplo foi Bela Vista, que passou a se chamar Sussuapara com o decreto-lei e depois voltou a ser Bela Vista de Goiás. Santa Cruz também passou a ser Santa Cruz de Goiás. Talvez, se houvesse o interesse dos gestores da época, o nome teria sido revertido. Mas aí seria outra coisa, tal como foi o desvio da ferrovia para longe da cidade.
Gosto tanto de Campo Formoso quanto de Orizona. Entendo que abrir mão deste é equivalente ao que aconteceu com Caiapônia, um belo nome para um município, mas que antes se chamava Rio Bonito, um nome mais belo ainda. E Orizona, não poderia ser Campo Formoso de Goiás, da forma que já era chamada por muitos na época? É interessante que o nome Orizona não tem significado parecido com Arizona, o Estado americano, de grafia muito parecida. Arizona pode ser ‘pequena fonte’ (do O'odham), ‘árida zona’ (do Castellano) ou ‘propriedade de prata’ (do Asteca). São palavras parecidas, mas distantes.
É certo que nessa altura, não fará diferença para ninguém se é Orizona ou se é outro nome. O que está em questão nesses debates são as disputas políticas, onde cada um e cada uma quer sobressair, em benefício próprio. O que vale de verdade é a vida concreta das pessoas, as suas relações sociais, filosóficas (muitos não saberão onde entra isso em suas vidas), culturais, econômicas e espirituais.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Inventário de José Bento Correia, morador da fazenda Taquaral do Meio

Morador da região do Taquaral do Meio, em Campo Formoso (Orizona), José Bento Correia, irmão de Luiz Gonzaga Peres, faleceu em 1916, deixando a esposa Manoela Francisca da Piedade com 60 anos de idade, filhos e netos. Foi patriarca da família Bento. Seu nome foi em homenagem a São Bento.

JUIZO MUNICIPAL DO TERMO DE CAMPO FORMOSO

COMARCA DE BONFIM – GOIÁS

ESCRIVÃO: Virgílio Reis

JUIZ MUNICIPAL DO TERMO: José Albino de Oliveira

INVENTARIANTE: Manoela Francisca da Piedade (viúva)

INVENTARIADO: José Bento Correia

PROCURADOR DA INVENTARIANTE: Auto Monteiro de Lima

DATA DE ABERTURA DO INVENTÁRIO: 30/10/1919

DATA DO FALECIMENTO: 07/07/1916

Herdeiros:

Viúva:

1) Manoela Francisca da Piedade, nascida em 1856.

Filhos:

1) Theodora Maria de Jesus, nascida em 1871, viúva de Eduardo Pereira Cardoso.
2) Antonia Rosa de Jesus, nascida em 1873, viúva de Joaquim Lopes da Silva.
3) Manoel Bento Correia, solteiro, nascido em 1875.
4) Virgínia Maria de Jesus, solteira, nascida em 1877.
5) Maria José de Jesus, solteira, nascida em 1878.
6) Maria da Assumpção de Jesus, nascida em 1880, casada com Amancio Bispo Fabião.
7) Anna Rita de Jesus, solteira, com 1882.
8) Luiza Rosa de Jesus, nascida em 1884, casada com Manoel d’Abbadia Lopes.
9) Francelina Maria de Jesus, solteira, nascida em 1892.
10) Joaquim Bento Correia, casado, nascido em 1894.

Netos:

1) Filhos de Theodora Maria de Jesus, viúva de Eduardo Pereira Cardoso.

- Anna Maria de Jesus, solteira, nascida em 1893.
- Manoel Pereira Cardoso, solteiro, nascido em 1895.
- Isabel Theodora de Jesus, solteira, nascida em 1899.
- Maria José de Jesus, solteira, nascida em 1902.
- Ritta Maria de Jesus, solteira, nascida em 1906.
- Geraldo Pereira Cardoso, solteiro, nascido em 1910.

2) Filhos de Antonia Rosa de Jesus, viúva de Joaquim Lopes da Silva.

- Manoela Rita de Jesus, nascida em 1894, casada com Antonio Theodoro Gonçalves.
- Pedro Lopes da Silva, solteiro, nascido em 1898.
- Bertholdo Lopes da Silva, solteiro, nascido em 1902.
- Maria do Rosário de Jesus, solteira, nascida em 1904.
- Adelino Lopes da Silva, solteiro, nascido em 1906.
- Isolina Rita de Jesus, solteira, nascida em 1906, gêmea com Adelino.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Relatos sobre o Padre Antonio Luis Bras Prego

O padre Antonio Luis Bras Prego, vigário colado de Santa Cruz de Goiás por longo período durante o século XIX, foi historicamente uma das figuras mais eminentes e respeitadas ao longo dos quase 290 anos daquela localidade. Foi, além de um importante religioso, o grande orador e uma respeitada figura política. Fez inúmeras desobrigas pelos sertões de Santa Cruz, Santa Luzia (Luziânia), Bonfim (Silvânia), Vai-Vem (Ipameri), Caldas Novas, Vila Bela de Morrinhos, entre outras localidades. Nesses compromissos pastorais, ministrou sacramentos e em troca, recebeu o respeito das comunidades rurais. Exerceu o ministério por uma vida toda em Santa Cruz.
Nasceu em Vila Boa, capital de Goiás, em 24 de dezembro de 1824, filho do Cap. Gregório dos Santos Silva e de Delfina Antonia do Espírito Santo. Os seus pais provavelmente se casaram em 15 de janeiro de 1807, em Meia Ponte (Pirenópolis). Foram seus avós paternos: Jerônimo Barbosa dos Santos e Cândida Caetano Leite de Proença; e os avós maternos: Sargento-Mor Francisco da Costa Abrantes e Maria Thomásia da Conceição.
Sabemos de dois irmãos do sacerdote: Maria Thomásia Abrantes, casada com Timóteo Coelho Magalhães e Gregório da Silva Abrantes, casado com Angélica de Ascensão Lobo de Sousa, ambos os casais com números filhos. Era seu sobrinho, filho de Gregório e Angélica, o eminente político Braz Benjamin da Silva Abrantes, general (participou da campanha do Paraguai), professor, presidente interventor de Goiás, senador da República e vice-presidente do Estado de Goiás. Assim como outro conterrâneo seu, Antonio Americano do Brasil, o silvaniense foi homenageado com o nome de uma cidade do Estado.
Antonio ordenou com 31 anos de idade. Foi provisionado na paróquia de Santa Cruz pelo decreto diocesano de 15/05/1856, com carta de apresentação datada de 03/0/06/1856. A lei nº 939 de 26/09/1857 fixou o seu ordenado em 600$000 (seiscentos mil réis). Uma das primeiras atribuições suas e que deu muito trabalho foi fazer os registros de terra dos proprietários de Santa Cruz, dadas pela Lei de Terras. Em 18 de setembro de 1850, o imperador dom Pedro II assinou a Lei de Terras, por meio da qual o país oficialmente optou por ter a zona rural dividida em latifúndios, e não em pequenas propriedades. Coube aos vigários paroquiais exercerem esse trabalho. Os registros feitos nas freguesias da região estão ainda hoje disponíveis para pesquisa. Os de Santa Cruz foram arquivados em uma caixa de número 51. Deixamos abaixo, para exemplo, de um desses registros:

Declaro que possuo uma parte de terra de cultura e campos na fazenda denominada Barra das Areias distante desta Vila oito léguas dividindo pela parte do Nascente com o Piracanjuba, pelo Poente com João Corrêa Peres, pelo Norte com herdeiros de Manoel Brás, pelo Sul com herdeiros do finado Jacinto Alves Cabral, cujo a possuo por compra o qual tenho títulos.

Barra das Areias, 25 de Novembro de 1857.

Anna Roza de Morais

Foi apresentado, registrado em o dia 25 de Novembro de 1857 (...).

O Vigário Colado Antonio Luis Bras Prego”

Sobre os primeiros anos de povoação dos Correas, o padre José Trindade da Fonseca e Silva (Cônego Trindade) observou esse movimento, inclusive da presença do padre Prego (1945): “Na fase de povoamento e habitações que formaram a Capela mais tarde de Nossa Senhora da Piedade assinam os assentos paroquiais os seguintes vigários de Santa Cruz: Vigário Colado Pe. Antonio Joaquim Ferreira, Pe. Antonio Joaquim de Azevedo e Pe. Antonio Luiz Braz Prego, que em 1870 benze a Capela dos Correias. Entre diversos coadjutores são dignos de registros os padres José Olinto da Silva e Antonio Ferreira de Lima, os quais percorreram a região pregando a palavra de Deus e sacramentando as almas até três vezes por ano, obedecendo ao seguinte itinerário: Santa Cruz, Porto do Corumbá, Baú, Cocal, ora Marinheiro, ora Santa Bárbara, Cachoeira, Posses, Campo Alegre e Santa Cruz. De 1853 até a construção da Capela o movimento na Fazenda Santa Bárbara cresce progressivamente”. Em 19 de junho de 1869, Prego teve a licença do Bispado para benzer o cemitério de Santa Cruz.
Dentre seu trabalho nas comunidades, visitava inclusive localidades pertencentes a outras paróquias. Aos 25 de julho de 1862, por exemplo, no Sítio Burity em Santa Luzia (Luziânia), o vigário de Santa Cruz batizou solenemente e pôs os Santos Óleos em Rosa, filha de Joaquim Manoel da Costa e Joaquina Moreira Saavedra.
Desde a sua chegada, acumulou cargos públicos. Um dos primeiros foi o de inspetor escolar paroquial, cargo que foi exonerado em 20 de fevereiro de 1867, pelo presidente da província de Goiás, sendo nomeado em seu lugar Francisco Joaquim Marques. Contudo, foi nomeado em outras ocasiões, como em 27 de dezembro de 1878, em substituição a Lino Corrêa de Souza. O cargo era equivalente ao de secretário de Educação.
Também exerceu cargos eleitorais em Santa Cruz. Em 1872 era suplente de eleitor, após obter 28 votos. Em 31 de dezembro de 1881 se candidatou a Deputado Provincial, obtendo 37 votos na Eleição Provincial. A apuração foi feita em 20 de janeiro de 1882, ficando para o segundo escrutínio (nova eleição), para eleição dos demais membros do 1º Distrito (no 1º escrutínio elegeram-se 04 deputados). Em 31 de março de 1882 foi feita a apuração do 2º Escrutínio e padre Prego obteve 60 votos, não sendo eleito. Em 1886 era membro da Câmara Municipal da vila de Santa Cruz. Em 06 de agosto de 1873, Ministro do Império nomeou padre Prego Cavaleiro da Ordem de Cristo, pelos distintos serviços prestados no exercício durante o seu ministério.
Geralmente retornava a sede do Bispado de Goiás por ocasião de atividades importantes da diocese. Em jornal da época obtivemos informações a respeito de sua presença nessas ocasiões: em 19 de abril de 1873, Quinta-feira Santa, participou da cerimônia dos Santos Óleos e do Lava-pés. No dia seguinte, Sexta-feira da Paixão, fez pregação durante procissão.
Era mutuário da Associação Brasileira de Seguros e Benefícios Mútuos sobre Vida, contra o Fogo e Caixa Geral de Economias Mútuos (seguro de vida), autorizada pelo decreto nº 4.897 de 1874.
Um questionamento que vi certa vez foi da forma correta que se escrevia o nome do padre Prego, pois aparecia de diversas formas. A dúvida foi apresentada pelo escritor orizonense Olímpio Pereira Neto. Tenho conclusões bem precisas a respeito, de acordo com a sua assinatura presente em alguns documentos: era Antonio Luis Bras Prego. Não era usual no século XIX a acentuação de nomes próprios. Luis e e Bras também escrevia com 'S' no final (ver assinatura acima).
O padre Prego vinha se licenciando para tratamentos de saúde havia um bom tempo. Em 04 de maio de 1874, oficio do bispo de Goiás deu-lhe licença de 50 dias para tratamento de saúde na Capital. Em 30 de setembro de 1876 o bispo deu-se licença de dois meses. Faleceu em 30 de setembro de 1890, sendo sepultado ao lado da Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Santa Cruz. Foi homenageado dando nome a importante rua da cidade, que antes se chama Rua Direita (o mesmo que Direta).

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

sábado, 17 de dezembro de 2022

Memórias de meu avô Jesus Policena Rosa

Neste 17 de dezembro de 2022, pela primeira vez em 87 anos não será possível comemorar o aniversário de meu avô materno Jesus Policena Rosa na sua presença, uma vez que nos deixou em 1º de abril último. Até 2008, convivi bem pouco, pois morava mais distante. Todos morávamos na região da Firmeza, mas em extremos. Convivíamos mais nas programações religiosas, esportivas e de lazer da comunidade do que visitando as residências de um ou outro.
Não tenho lembranças da avó Carolina, sua esposa, que faleceu em 13 de maio de 1984, quando eu tinha apenas sete meses de idade. Se casaram em 1958 e tiveram nove filhos, todos ainda vivos: Maria da Penha Pereira (Rosa) de Sousa, Rui Policena Rosa, Rubens Policena Rosa, Neusa Pereira Rosa, Neide Pereira Rosa da Cunha, Ramos Policena Rosa, Roberto Policena Rosa, Ronaldo Policena Rosa e Nadir Pereira Rosa. Eles criaram os filhos na região de Firmeza de Baixo, a margem esquerda do ribeirão Cachoeira, em localidade entre os povoados de Firmeza e Cachoeira.
A propriedade foi adquirida como herança do pai de Jesus, Ramiro Policena Rosa, falecido em 1956. Vô Jesus também foi comprando as partes dos irmãos e ao final, a terra se aproximava de 12 alqueires. Quando casou com Carolina, construiu um pequeno barraco para morarem. Como a família aumentou muito, foram adaptados quartos junto ao paiol. No final da década de 1970, construiu uma casa de alvenaria que podia abrigar toda a família. A propriedade foi dividida entre os filhos em 2008, quando Jesus se mudou para a cidade de Orizona.
Uma tarefa econômica que teve foi da produção de fumo. O tabaco cultivado e preparado, segundo minha mãe Neusa, era transformado em fumos de rolo e comercializado na cidade. Minha mãe e a tia Neide ajudavam na tarefa e como pagamento, vendiam trouxinhas menores com as sobras. Vovô Jesus buscava a sobrevivência nas mais diversas atividades. A propriedade, que era pequena, tinha o solo pouco fértil e só era cultivado aquilo que exigia para a autossubsistência. Mas era uma família de pessoas muito dedicadas ao trabalho. Em minha infância, lembro que geralmente saia para serrar madeira com a serra manual, com alguns dos filhos.
Uma grande atração que fica naquela área de terra é a cachoeira do Augusto, tendo seu ponto predileto o chamado “poção”, ótimo para um banho. Só recentemente que soube que a cachoeira tinha esse nome, por estar na propriedade de Augusto Policeno Rosa, avô e padrinho de Jesus. Augusto era morador dali desde o início da década de 1920.
Desde a infância, Jesus teve sérios problemas de saúde e, apesar de muitas vezes desenganado, foi vencendo as doenças a ponto a ter uma vida relativamente longa. Entre outras, teve chagas, úlcera no estômago e enfisema pulmonar, possivelmente provocado pelo uso do cigarro ou mesmo pelo manuseio do tabaco durante o trabalho. Esse último foi quem provocou a sua morte, mesmo tendo deixado de fumar 14 anos antes.
Para quem é criança e adolescente, os momentos na casa do avô sempre são bons. Além do banho de cachoeira, a sede tinha um quintal enorme. Em uma ocasião, tive um corte profundo na perna esquerda. Era bem pequeno e a cicatriz cresceu comigo. Gostava também de sua comida e de ler os livros que tinha, o mais interessante, uma linda Bíblia ilustrada em dois volumes. Indo em sua propriedade, na margem esquerda do ribeirão Cachoeira, geralmente encontrávamos os seus filhos mais jovens, principalmente a tia Nadir. Os casados viviam em outras localidades.
Vovô dedicou a muitos prazeres: caçar perdiz, jogar sinuca (ganhou o apelido de ‘Jesus do Prego’), baralho, dominó e pegar queda de braço, uma de suas grandes habilidades. Também foi um exímio jogador de futebol, mantendo a prática esportiva até mais de 60 anos de idade. Foi dirigente de comunidade das CEBs, na Firmeza de Baixo. Depois que mudou para a cidade de Orizona, em 2008, se integrou nos grupos de melhor idade e era um dançarino de destaque. Foi nessa época que também lhe pegou o apelido de ‘Jesus do Paraguai’.
No período entre 1995 e 1998, encontrava com vovô com muita frequência. Quando chegava no final da tarde para as aulas no Colégio Dorvalino Fernandes de Castro, ia direto em um bar do povoado e deparava com o mesmo chegando ou já jogando sinuca. Ali jogada (dando prego), fumava, bebia uma bebida forte (mas pouca), um petisco, conversava e ia para casa, onde vivia só. Os adversários da sinuca variavam, mas um que ficou em minha memória foi o Edilson do tio Joaquim Antônio.
Uma história conhecida entre os familiares foi durante a sua adolescência em Ceres. Ao lado dos irmãos José e Manoel e de mais nove amigos, era temido e faziam algumas extravagâncias impensáveis. A maior era a de atravessar o rio das Almas por dezenas de vezes a nado, até não conseguirem mais. Para se ter uma ideia, o rio é equivalente ao Corumbá. Não seria de duvidar, já que vovô tinha a prática de jogar alguns de seus filhos pequenos na cachoeira do Augusto para que aprendessem a nadar mais rapidamente.
Parece que tinha alguns valores quase inegociáveis. Um destes é que depois de viúvo, não quis casar, apesar de terem surgido algumas oportunidades. Foram quase 38 anos de viuvez, que preferiu viver só. Nos últimos anos de vida, não podia estar mais só e teve o apoio dos familiares ao seu lado, até o último instante, algo valioso e que vovô Jesus pode perceber. A gente não pode viver a morte dos entes queridos, mas podemos estar ao lado em vida, na velhice.

Linha do Tempo:

1935 – Em 17 de dezembro nasce em Campo Formoso (Orizona) Jesus Policena Rosa, filho de Ramiro Policena Rosa e Mariana Pereira dos Santos. Ele nasceu em casa, na residência da família.

1942 – Nasce em 04 de janeiro em Campo Formoso, a avó materna Carolina Honorata de Jesus, filha de Josino Pereira Cardoso e Maria Honorata de Jesus. Era a filha mais jovem do casal. Nessa época, viviam na antiga sede do pai de Maria Honorata, José Gregório Pereira.

1942 – Em 11 de julho, falece o sogro Josino Pereira Cardoso, vítima de um infarto enquanto carreava milho no carro de bois.

1942 – Gustavo Pereira de Castro, primo de Jesus Policena Rosa, funda com familiares e amigos o time de futebol Firmeza Esporte Clube. O time foi integrado nas primeiras décadas principalmente pelas famílias Policena Rosa, Pereira de Castro, Gregório Pereira, Caixeta, Alarcão e Sousa. Jesus jogou por muito tempo pela equipe por outras da região.

1944 – Ramiro Policena Rosa muda com a família para Anápolis e mais ou menos dois anos depois, para Ceres, então Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG). Na CANG, sustentava a família produzindo hortaliças e vendendo na cidade.

1950 – Por volta dessa época, sua mãe Mariana Pereira dos Santos falece em Ceres-GO.

1952 – Em junho, Ramiro Policena Rosa retorna com a família para a antiga propriedade rural, em Orizona. Um dos motivos do retorno foi a vida dura que a família enfrentava na CANG. Jesus tinha nessa época, 16 anos.

1953 - Faleceu em Orizona, no dia 10 de julho, o trisavô Augusto Policeno Rosa, ocasionado por um quadro grave de Hepatite Crônica (nefrite), conforme laudo do médico Joel de Andrade.

1958 – Jesus Policena Rosa se casa com Carolina Honorata (de Jesus) Rosa em 20 de março, durante o período quaresmal, na capela da Cachoeira. Havia uma crença na época que casamentos na Quaresma davam azar. Eles tiveram nove filhos.

1956 – Morreu em 02 de maio o seu pai Ramiro Policena Rosa.

1969 – Em 27 de janeiro falece a sogra Maria Honorata de Jesus. Nessa época, morava acima da antiga sede do patriarca Joaquim Gregório Pereira, que na época morava seu irmão Joaquim José Gregório. Fica na margem direita do córrego da Lagoa.

1984 – Em 13 de maio, Dia das Mães, morre aos 42 anos, a esposa Carolina Honorata. Ela morreu de problemas cardíacos enquanto rezava numa igreja em São Paulo – SP. Relatos afirmam que na ocasião estava muito emocionada. Seu corpo foi transportado de avião para Anápolis-GO, antes de ser velada e sepultada em Orizona.

2008 – Se muda da região da Firmeza em abril e vai morar no bairro Cinelândia. Por causa de sua condição de saúde e a necessidade de tratamento, deixa de fumar. Faz a partilha da terra da propriedade entre os 09 filhos.

2013 – Ajudou na organização da Festa da Família Policena Rosa, realizada no dia 13 de julho daquele ano, na AABB de Orizona.

2015 – Teve uma grave crise por conta de problemas respiratórios, deu entrada em estado grave no ambulatório médico de Orizona, sob cuidados do médico João Marcos Ribeiro. Foi posteriormente transferido para uma UTI em Senador Canedo. Depois da alta, passou a usar oxigênio medicinal e a fazer acompanhamento no CAIS Chácara do Governador e Hospital das Clínicas/UFG.

2022 – Falece em Orizona no dia 1º de abril, no Hospital e Maternidade São Pio X, de agravamento dos problemas pulmonares. Morreu por volta de 13:30 horas, foi velado na casa de velório da Funerária Liv Pax Orizona e foi sepultado no cemitério municipal no início da noite. Deixou 09 filhos, 25 netos e 27 bisnetos, genros e noras. Nessa trajetória não pode estar até o fim ao lado da esposa e do genro Otávio Joaquim de Sousa, que faleceu antes vítima de um acidente.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Orizona no conturbado período da Primeira República (1889-1930)

Em 15 de novembro de 1889 foi dado um golpe de Estado, em que o Império foi substituído pela República, construída no Brasil com bases positivistas, mas ainda vinculadas ao escravismo. A queda deste último foi o principal responsável pela deposição de D. Pedro II.
O período entre 1889 e 1930 foi um difícil e conturbado tempo de transição política, em que a República precisava, aos olhos de seus defensores, se consolidar. Foi, portanto, um rio de corredeiras, cercado por duas margens golpistas (em 1930 foi o golpe de Getúlio Vargas). Essa época ficou conhecida como República Velha, Primeira República ou República “Café com Leite”.
Para sustentar a República, os governantes utilizavam da força das lideranças locais para ganhar votos em troca de favores. Essas lideranças eram os coronéis, grandes proprietários de terra, cercados de agregados e de pessoas que lhes deviam favores. Foi um período de muita corrupção, compra de votos, ameaças, atos truculentos e conflitos entre grupos opostos. Campo Formoso (Orizona) surgiu formalmente nesta realidade onde se consolidava o coronelismo.
Primeiramente se tornou distrito de paz e policial de Nossa Senhora da Piedade de Campo Formoso em 1891, na aurora da República. Em 1906, veio a ser vila e em 1909, elevada a cidade. Em todas essas ações, desde a segunda metade do século XVIII, dominou-se o papel dos grandes fazendeiros e da Igreja Católica, que em momentos agiram de forma favorável e em outros, prejudicaram o desenvolvimento local.
Campo Formoso ou Correas começou a emergir por volta de 1850, na ocasião em que surgia a Lei de Terras, que dava ao pároco ainda mais poderes, pois era aquele que fazia papel de juiz ou tabelião, tomando nota e fazendo os registros de declarações dos proprietários rurais, de suas posses territoriais. Contudo, essa lei dava àqueles a possibilidade de ampliar o poder, declarando sobre aquilo que de fato não possuíam. Isso fez com que os proprietários, já poderosos, tornassem ainda mais influentes. Era uma época de muito atraso e isolamento. Parecia que a paisagem trágica do Cerrado havia abraçado os viventes e os transformado em partes dela. Se na capital da Província o isolamento e o atraso eram terríveis, imaginem ali.
Entre os anos de 1856 e 1890, o vigário Antonio Luis Bras Prego foi o responsável pela grande freguesia de Santa Cruz. Além de sua atuação pastoral, também exerceu cargos políticos na vila e possivelmente foi a pessoa que mais tinha influência na região. Foi sucedido por Gomes Pereira da Silva, que seguiu o mesmo caminho e teve papel importante, ao lado dos comerciantes e agropecuaristas mais influentes, no processo de emancipação política de Campo Formoso, na instalação do Conselho de Intendência e na elevação a freguesia (paróquia) de Nossa Senhora da Piedade de Campo Formoso em 1912.
Os principais coronéis da época foram em maioria, vindo das famílias tradicionais: o mais influente e poderoso foi José da Costa Pereira Sobrinho (Cel. José da Costa), falecido em 1913, passando o “bastão” para seu filho José da Costa Pereira (Zequinha), que acumulou muitas forças políticas nas décadas seguintes. Se o pai foi o primeiro intendente de Campo Formoso, o filho foi prefeito e senador da República.
Seu rival era o Coronel Zacarias Gonçalves Caixeta, que tinha a sua sede na fazenda Boa Vista, onde posteriormente surgiu o povoado da Beira, e desejava a mesma ascensão. Dizia a lenda que Zacarias “mandava e não perdia”. Em seu desfavor estava o fato que José da Costa tinha as suas terras ao redor da cidade e ele, entre o Corumbá e o Piracanjuba. Assim, tinha menos força junto a seus pares mais influentes do que Costa e estava mais distante.
Com grande poderio, nasceu e viveu na região da Firmeza, filho do Cap. Joaquim Fernandes de Castro e Maria Rosa do Carmo, Jeremias Fernandes de Castro foi grande proprietário de terras em muitas regiões e com muita força política no início do século XX: foi intendente e membro do Conselho de Intendência, juiz municipal e fabriqueiro da paróquia. Seus irmãos José e Modesto, principalmente, também tinham grande ascensão na época.
Seu sobrinho e afilhado Rodolpho Fernandes de Castro, filho de José Fernandes de Castro e Maria Silvéria de Castro, foi seu herdeiro político e econômico. Sua sede ficava na fazenda Retiro, na Mata da Firmeza, mas era proprietário de outras mais. Atuou politicamente, sendo vereador, membro do conselho de Intendência e prefeito de Orizona.
No período da Primeira República, as disputas entre o grupo Caiadista e Bulhonista e a conduta das lideranças locais fez com que a ferrovia fosse desviada por 12 quilômetros do perímetro de Campo Formoso. Os trilhos chegaram em Ubatã em 1923 e a cidade não colheu os esperados frutos do desenvolvimento.
De forma semelhante e até mais grave, Santa Cruz viu os trilhos sendo desviados e foi quem pagou mais caro. As cidades ‘banhadas’ pelos trilhos, por outro lado, viu a pujança chegar e permanecer por décadas. Campo Formoso não: se o crescimento econômico antes não era grande coisa, depois muito menos. Ubatã também não se aproveitou disso. Foi um dos únicos povoamentos da região que não se desenvolveu. Seria mais uma para a conta dos coronéis e da Igreja? Não sei. Até tentaram transformar o povoado em sede do município, mas isso não surtiu efeito, também por questões de disputas políticas.
Alguns defendem ainda hoje que o desvio da ferrovia para longe de Campo Formoso ocorreu por necessidade e que estava previsto no projeto de engenharia. Mesmo que isso fosse verdade, era preciso a ação contundente das lideranças locais, da mesma forma que assim fizeram em outros momentos históricos. Foram decisões que impactaram em um século (por enquanto) o futuro de Orizona. Apesar de fatos como esse, os chamados coronéis em muito contribuíram para a região, mas o papel de donatários municipais por alguns políticos, mesmo hoje, em outros tempos, faz com que quem concentra o poder veja a prejudicar toda uma comunidade.
Para encerrar, sugiro a leitura da dissertação “ A Invenção de Uma Cidade à Margem da Modernidade, 1889 –1930”(2016), do pesquisador Jennydavison Ribeiro Santos Batista. O trabalho historiográfico apresentados a Universidade Federal de Uberlândia é um dos melhores a respeito de Orizona. Está disponível na internet.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Curiosidades históricas de Orizona em Região - II

Continuaremos tratando de curiosidades históricas do Município de Orizona e municípios vizinhos, ou de fatos que ocorreram em outras localidades, mas com vínculos no município. A essa coleção, damos o nome de “Efemérides”.
Efeméride pode ser um acontecimento relevante que é lembrado em seu aniversário. Os eventos que, por suas características, permanecem na história e são lembrados com o passar do tempo, constituem efemérides. Também se chama efemérides à celebração desses aniversários e ao comentário orientado para os acontecimentos de cada jornada.
O que pretendemos aqui pode ser algo parecido. Visamos registrar fatos históricos e acontecimentos de instituições, pessoas e famílias (batizado, nascimento, casamento e óbito) de pessoas que viveram em Orizona em regiões adjacentes nas últimas duas décadas ou mais. Por sua extensão, dividiremos essa história em mais de um texto, para não ficar muito extenso. Evitaremos citar fatos conhecidos ou já publicados, mas isso não é uma regra. E dessa vez, ampliamos as épocas, com fatos entre os séculos XVII e XIX. Sigamos em frente.

04/01/1894: morreu em Santa Cruz a Sra. Anna Francisca Ferreira, sogra do juiz Francisco Joaquim Marques e bisavó de Egerinêo Teixeira, ex-prefeito de Campo Formoso (Orizona). Deixou 10 filhos, 34 netos e 28 bisnetos.

07/01/1760: Foi batizado em Santo Amaro/MG, Luiz Fernandes de Castro, filho de Pedro Fernandes de Castro e Ignácia Ferreira de Jesus, pioneiros desta família em Minas Gerais.

12/01/1986: Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, bispo diocesano de Ipameri, toma posse como Arcebispo Metropolitano de Goiânia.

13/01/1986: Acontece no Clube Recreativo de Orizona o 1º Festival de Música de Orizona.

28/01/1906: Faleceu Silvério Pereira Caixeta, esposo de Maria Antonia de Oliveira (morta em 12/02/1903). O casal teve como herdeiros, Nelson, Maria Silvéria, Honorato, Floriana (esposa de Ananias Canedo), Amador, Alfredo, Gustavo e Delmiro Pereira Caixeta.

06/02/1855: Nasceu em Luziânia-GO, Cassiana da Cunha Telles, filha de Simeão Lopes Estelita Zedes e Anna da Cunha Coutinho. Casou com Antonio Fernandes de Castro, filho do Cap. Joaquim Fernandes de Castro e Maria Rosa do Carmo. O casal teve 11 filhos, além de outro que faleceu recém-nascido.

17/02/1950: Faleceu na fazenda Pontinhas, com 71 anos, Virgolino Fernandes de Castro, filho de Antonio Fernandes de Castro e Cassiana da Cunha Telles. Foi casado em 1ª núpcia com Mariana Cândida de Bonfim e em 2ª, com Cassiana de Sousa Bastos.

05/03/1896: Faleceu Flávia Vieira da Cunha, filha do Cap. José Pereira Cardoso e Anna Luísa da Cunha, esposa de Manoel Luiz Fernandes.

18/03/1865: Nasceu em Bonfim (Silvânia) Henrique Silva, filho de Francisco José da Silva e Ana Luísa Rodrigues de Moraes. Foi jornalista, político e militar, integrando a Comissão Exploradora do Planalto Central.

01/04/1913: Morreu Joaquim Gregório Pereira, morador da fazenda Firmeza, onde era agropecuarista, ferreiro e possuía uma farmácia. Era esposo de Carolina Maria do Carmo, filha de Escolástica Maria do Carmo e José Pereira Cardoso Primo.

03/04/1905: Nasceu em Campo Formoso, Benedito Silva, filho de Minervino Silva e Maria Gerônima Silva. Foi um renomado intelectual, servidor público, escritor e conferencista. Faleceu no Rio de Janeiro em 12 de fevereiro de 2000.

24/04/1833: Casou na Matriz de Santa Cruz, José Archanjo Correa, filho de Jozé Correa Peres e Maria Joaquina de Jesus (natural de Patrocínio-MG), com Angela Pereira de Faria, filha de Joaquim Pereira de Faria e Januária Ribeiro de Miranda (natural de Santa Cruz-GO)

02/05/1956: Faleceu na Fazenda Firmeza, Ramiro Policena Rosa, filho de Augusto Policeno Rosa e Maria Rosa de Mesquita.

10/05/1838: Na matriz de Santa Cruz, casaram Joaquim Vaz da Costa, filho de João Vaz da Costa e Roza Maria de Jesus; com Maria Antonia de Jesus, filha de Pedro Vaz da Costa e Maria Antonia de Jesus. Celebrou o padre Antonio Ferreira de Lima. Os noivos eram naturais de Araxá-MG.

11/05/1892: Faleceram em Carangola-MG D. Philomena Brettas e o filho João. Em 19 do mesmo mês foi a vez do esposo Manoel Gomes Tolentino, juiz de direito substituto de Manhuaçu, ambos de febre amarela. Eram pais e irmão do médico e farmacêutico orizonense Enéas e Euclydes Brettas, respectivamente.

15/06/1876: O presidente da Província de Goiás, Antero Cícero d’Assis, apresenta relatório a Assembleia Legislativa e informa que o seminarista Gomes Pereira da Silva tinha 38 alunos naquele ano no curso de Francês no Seminário Santa Cruz. Gomes foi vigário em Santa Cruz, Campo Formoso e Bonfim. Fez parte do Conselho de Intendência do primeiro; foi um dos principais responsáveis pela emancipação de Campo Formoso e a criação da freguesia (paróquia) de Nossa Senhora da Piedade.

29/06/1985: Inaugurado o Grupo Escolar Diolina Ferreira de Jesus, na fazenda Cachoeira, entre as propriedades de Joaquim José Vieira (Joaquim Branco) e Florentino Oliveira (Adalto).

10/07/1953: Faleceu de nefrite, Augusto Policeno Rosa, morador da Fazenda Firmeza e natural de Catalão. Era casado com Maria Rosa de Mesquita e genro de Cassiano José de Mesquita.

21/07/1912: Nasceu em Campo Formoso Florentino Vieira Pereira (Florentino Albino), filho de Maria José de Jesus e José Albino Vieira. Foi agropecuarista e político no município, sendo casado com Dorcelina Pereira e pai do escritor e professor Olímpio Pereira Neto.

29/07/1984: Em um único dia foram construídas 40 casas populares no alto do Gato Preto, em Orizona, surgindo ali a chamada Vila Mutirão. Foi uma parceria entre a população e governos municipal e estadual.

04/08/1941: Nasceu Sônia Maria Ferreira, filha de Joaquim Luiz Ferreira e de Leonina Gonzaga. É uma prestigiada escritora e professora natural de Orizona.

05/08/1895: O Conselho Municipal de Santa Luzia vota contra a representação que alguns habitantes das fazendas Piracanjuba e Mandaguaí fizeram à Câmara dos Deputados Estaduais, pedindo a anexação dessas duas fazendas ao Município de Orizona, que Campo Formoso era distrito. Na época, todo o território entre os rios Corumbá e Piracanjuba pertenciam a Santa Luzia.

11/08/1944: Morreu em Orizona Isaac Pereira de Castro, filho de Joaquim Gregório Pereira e Carolina Maria do Carmo.

11/08/1954: Morreu em Belo Horizonte-MG o professor, agropecuarista, político e jornalista silvaniense Antonio Euzébio de Abreu Jr., filho de Antonio Euzébio de Abreu e Elisa Maria de Sousa. Era pai de Antonio Americano do Brasil e foi professor de centenas de jovens que se tornaram brilhantes, entre estes, o ex-prefeito e ex-senador José da Costa Pereira.

22/08/1908: Nasceu em Campo Formoso, Benedito Pereira de Lima, filho de Isaac Pereira de Castro e Escolástica Maria de Lima. Foi casada com Altina Policena Rosa e pai, entre outros, de Vilon de Lima.

11/09/1703: Nasceu em Castrovicente, Bragança, Portugal, Pedro Fernandes de Castro.

11/09/1935: Nasceu na fazenda Areias, Laurindo Correa de Aquino, filho de Francisco Inácio Correa e Maria Tomaz de Aquino. Foi um importante agropecuarista e político de Orizona.

13/09/1902: Morreu na fazenda Cachoeira, Maria Felisbina de Jesus, viúva de Silvério Fernandes de Lima, naturais de Santana da Barra do Espírito Santo (município de Patos de Minas). Era mãe, entre outros, de José Fernandes de Lima, e avó de Adolpho Lima.

14/09/1604: Faleceu em São Paulo/SP, Antonio Rodrigues de Alvarenga. Natural de Lamego, Viseu, Portugal, foi proprietário, donatário e tabelião judicial e de notas de São Paulo. Era judeu sefardita, assim como o genro Sebastião de Freitas, ambos antepassados de famílias de Orizona.

14/09/1985: Inaugurada a nova sede da Emater-GO em Orizona, ao lado do Sindicato Rural e de frente para a Rodoviária.

17/09/1976: Governador Irapuã Costa Júnior assina contrato para a construção do Colégio Polivalente de Orizona, hoje CEPI MABEVE.

19/09/1913: Faleceu Venâncio Gonçalves Pereira, morador da fazenda Cachoeira, patriarca da família Venâncio Gonçalves de Orizona. Era esposo de Maria Justina de Jesus, filha de José Fernandes de Lima e Anna Justina de Jesus.

24/09/1984: Morreu em Goiânia-GO, Públio de Souza, político e militar cuiabano. Entre os cargos políticos, foi prefeito de Campo Formoso, Catalão e Santa Luzia (Luziânia). Era filho do Cel. João Pedro de Souza e de Clotilde Mendes.

29/09/1959: Encerramento da Tradicional Festa de São Miguel Arcanjo, da Cachoeira, que teve como festeiro Florentino Vieira Pereira. O vigário de Orizona na época era o padre Aldorando Mendes.

29/09/1959: Foi lançada a primeira edição do jornal O Pioneiro, fundado por Olímpio Pereira Neto, com participação inicial de Joaquim Pereira de Freitas, Silvio Mesquita e José Delcides Pereira.

01/12/1824: Nasceu na capital de Goiás, Vila Boa, Antonio Luis Bras Prego, filho do capitão porta-estandarte Gregório dos Santos Silva e de Delfina Antonia do Espírito Santo. Ordenou sacerdote com 31 anos de idade e foi um dos mais longevos na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Santa Cruz. Teve importante atuação nas áreas rurais e no território dos Correas ou Campo Formoso, onde esteve por centenas de vezes, inclusive tendo dado a benção a primeira capela.

01/12/1920: Faleceu no Hospital dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro/RJ, José Fernandes de Castro, vítima de câncer. Foi sepultado no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo. Tinha 75 anos de idade. Era esposo de Maria Silvéria de Castro e pai de quatro filhos, entre eles, o ex-vereador e ex-prefeito de Orizona, Rodolpho Fernandes de Castro.

02/12/1904: Nasceu em Jardinópolis-SP, Abel Pereira da Silva, Chegou em Campo Formoso em 29 de setembro de 1929. Casou com Anacleta de Jesus Silva, filha de João Ricardo de Souza e Maria Vargas. Foi motorista, servidor público, juiz de paz, relojoeiro, consertava vitrolas, máquinas de costura e veículos. Em São Paulo, foi jogador de futebol, atuando pelo Botafogo de Ribeirão Preto, Guarani de Campinas e XV de Piracicaba.

20/12/1930: Euclydes Tolentino de Figueiredo Brettas toma posse como prefeito de Campo Formoso, permanecendo até 18 de março de 1933, quando foi substituído por Alpheu Caixeta.

22/12/1949: Nasceu Joel Antonio Ferreira, filho de Joaquim Luiz Ferreira e de Leonina Gonzaga. Foi sacerdote e é escritor e professor universitário.

CONTINUA...

ANSELMO PEREIRA DE LIMA
(E-mail: anselmopereiradelima@gmail.com)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Origens das famílias Rosa Mesquita e Policena Rosa de Orizona

Provavelmente no ano de 1920, Cassiano José de Mesquita saiu do distrito de Santo Antonio do Rio Verde, município de Catalão, e migrou com toda a família, agregados, animais de criação e bens materiais para Campo Formoso, atual Orizona, deixando para trás, uma importante história de vida naquela região próxima aos rios São Marcos e Paranaíba, bem perto da divisa de Goiás e Minas Gerais. Além dos ROSA MESQUITA, vieram alguns membros de famílias que se tornaram importantes na região, como os POLICENA ROSA e os PEREIRA DOS SANTOS.
Um referencial de data aproximada da grande mudança vem de Jesus Policena Rosa (falecido em 1º de abril de 2022), que disse que na época seu pai Ramiro, que nasceu no ano de 1907, tinha doze anos de idade. Também segundo Maria da Penha Vieira, sua mãe Altina Policena (irmã de Ramiro) tinha sete anos de idade na ocasião da viagem e nasceu em 1913. Foi quando o Capitão Cassiano José de Mesquita, a sua esposa Maria Cândida e filhos se mudaram do distrito de Santo Antônio do Rio Verde, município de Catalão, para a cidade de Campo Formoso, hoje Orizona. No novo destino os filhos de Cassiano e Maria Cândida Roza ficaram conhecido mais como "os Cassianos" e ali deixaram uma numerosa descendência. Em Catalão,  precisamente no então distrito de Davinópolis, dos filhos de Cassiano José de Mesquita e Maria Cândida Roza, ficou somente Lázaro Rosa de Mesquita. 
Cassiano foi juiz de paz em Santo Antônio do Rio Verde. Era genro do Capitão Francisco Marciano Roza, foi amigo do sub-intendente distrital José Saturnino de Castro, conhecia o também Capitão Carlos Antônio de Andrade, tinham proximidade com membros da família Paranhos, enfim era uma pessoa bem relacionada e de certa posição social na época. A pergunta necessária é: O que teria causado o êxodo da família Rosa de Mesquita do distrito de Santo Antônio do Rio Verde do município de Catalão para a cidade de Campo Formoso/ Orizona? 
Não temos certeza sobre os verdadeiros motivos da mudança em massa e supostamente repentina, contudo apresentamos algumas hipóteses, como disputas e intrigas entre famílias da região de Santo Antonio do Rio Verde, questões políticas, uma vez que nesta época Catalão vivia uma situação de tensão muito forte pela disputa das forças políticas locais, ligadas principalmente às famílias Bulhões e Caiado; e por opção buscar uma nova fronteira, onde houvesse um clima agradável e a possibilidade de prosperar em novos negócios. 
Apresentaremos a seguir, uma compilação da trajetória dessas famílias desde a segunda metade do século XIX até os seus estabelecimentos em Campo Formoso/ Orizona. Este documento é baseado principalmente nas pesquisas dos historiadores e genealogistas Daniel Ferreira da Silva e Anselmo Pereira de Lima, de Marcial Campos Teixeira e de outros colaboradores do excelente blog Historiografia para Catalão, de Maria da Penha Vieira (Penha da Altina) e de Renato de Castro. É um trabalho feito por muitas mãos, muitas cabeças e por depoimentos feitos oralmente e também nos grupos de Facebook “Família Policena” e “Família Rosa Mesquita de Catalão e Região”. 
É digno de elogios o trabalho de Penha e Daniel nesta busca, no caso da primeira, pela origem do sobrenome Policena ou Policeno e do segundo, de muitas e relevantes informações dos Rosa Mesquitas  e outras famílias próximas, que foram obtidas recentemente e trataremos resumidamente a seguir. Esse texto é uma atualização das principais informações, desde que publicamos o primeiro ensaio em 04 de maio de 2020.

JOSÉ ANTÔNIO DE MESQUITA E MARIA JOSÉ RIBEIRO: 
Estudos genealógicos publicados na Historiografia para Catalão comprovam que José Antônio de Mesquita e Maria José Ribeiro foram moradores em meados do Século XIX na Vila do Catalão, Província de Goiás. José Antônio registrou terras das fazendas de ‘São Domingos’ e ‘Quartéis’, tendo adquirido por herança da sua sogra Cândida Flauzina Ribeira. ‘São Domingos’ foi adquirida por compra de Jozé Francisco da Silva em 14 de fevereiro de 1855. Tinha ao nascente, o Rio S. Marcos, poente a ‘Matta Preta’, ao norte ‘Paraizo’. A declaração de posse foi feita por José Antonio em 14/01/1857, ao padre Luiz Antônio da Costa. 
Antonio José e Maria Ribeiro sendo padrinhos de uma criança.
Maria José Ribeiro era filha de Marciano Antonio Roza e de Dona Cândida Flauzina Ribeira. De acordo com o que aparecem nos registros de terra feitos pelo vigário Luiz Antonio da Costa em 10 de janeiro de 1857, Marciano Antônio da Roza, senhor de terras na fazenda ‘Quartéis’, que era limitada na nascente com o rio de São Marcos, no poente com a fazenda ‘Fortaleza’, ao norte com a ‘Forquilha’ e ao sul com o Córrego Fundo. Marciano e sua esposa Cândida na época moradores da fazenda ‘Macacos’ foram pais também de João (nascido de 1850 e batizado pelo padre Manoel Camello Pinto), de Mariana de Jesus e de Francisco Marciano Roza, sogro de Cassiano José de Mesquita. 
De acordo com as pesquisas de Daniel Ferreira, a família Marciano Rosa do distrito de Santo Antônio do Rio Verde teve origem com o casamento de Marciano Antônio da Roza com Cândida Flauzina Ribeira e, até onde podemos descobrir, era composta pelos seguintes filhos do casal: Capitão Francisco Marciano Roza (Capitão Chico Roza), José Marciano Roza, Antônio Marciano Roza e Maria José Ribeiro. 
- Francisco Marciano Roza: como já vimos anteriormente, foi casado com Cândida Francisca da Silva. 
- Antônio Marciano Roza: casou-se com Maria José da Silva. 
- José Marciano Roza: casou-se com Maria Vaz da Costa, da tradicional família Vaz da Costa de Ipameri. 
- Maria José Ribeiro casou-se com José Antonio de Mesquita.
Não temos até o momento, informações seguras sobre a origem destas famílias. O que sabemos de confiável é que Marciano Antônio da Roza já estava na região de Catalão desde pelo menos 1850. Certo Francisco Antônio de Mesquita, parente de Antonio José de Mesquita, estava na região em 1838. 
O jornal ‘Correio Official do Estado de Goyaz ‘do ano de 1867 menciona José Antônio de Mesquita. Nessa notícia de outrora, José Antônio participava como jurado de um julgamento ocorrido em Catalão. Em 29 de maio de 1879, o mesmo pagou taxa pela exportação de 60 quilogramas de marmelada na recebedoria do porto da Mão de Pão. 
José Antonio de Mesquita e Maria José Ribeiro tiveram cinco filhos, sendo Cassiano e quatro mulheres de nome Maria: 
1. Capitão CASSIANO JOSÉ DE MESQUITA
2. Maria Guilhermina de Mesquita, nascida em 1867, casou-se em 24 de agosto de 1886 com Henrique Rodrigues de Almeida, filho de Leonel Rodrigues de Almeida e Custódia Maria da Cruz. 
3. Maria Querobina de Mesquita, nascida aos 14 de junho de 1869. 
4. Maria das Dores de Mesquita casou-se com João Pereira de Mesquita, filho de Manoel Pereira de Mesquita e de Maria do Carmo Ribeiro, em 19 de agosto de 1896, no mesmo dia em que sua irmã Maria Joaquina casou com José, irmão de seu esposo João. Os registros estão disponíveis na paróquia Madre de Deus, de Catalão/GO. 
5. Maria Joaquina de Mesquita casou-se com José Pereira de Mesquita, filho de Manoel Pereira de Mesquita e de Maria do Carmo Ribeiro, em 19 de agosto de 1896. 

CASSIANO JOSÉ DE MESQUITA E MARIA CÂNDIDA ROZA
O Capitão Cassiano José de Mesquita casou-se com a prima em primeiro grau Maria Cândida Roza, filha do Capitão Francisco Marciano Roza e Cândida Francisca da Silva. Viveu num local denominado ‘Fazendinha’, no referido distrito. 
Ramiro Policeno e os tios Sebastião e Odário Mesquita.
Francisco Marciano foi um homem influente no distrito de Santo Antonio de Rio Verde: em 1871 foi nomeado 3º suplente de delegado; em outubro de 1878 consta o seu pagamento de imposto no porto dos Freires; Em 1º de julho de 1891, tanto Francisco Marciano quanto Cassiano assinaram documento enviado ao governador Rodolpho Augusto da Paixão, solicitando a criação de uma escola de instrução primária no distrito. 
Há algumas notícias também sobre a atuação e influência de Cassiano na região, provavelmente herdada do sogro Francisco Marciano. Consta que em 1904, o Capitão Cassiano José de Mesquita fazia parte do segundo esquadrão do 5º regimento de cavalaria da Comarca do Rio Paranaíba. Em 13 de dezembro de 1907, através do decreto estadual nº 2.032, Cassiano foi nomeado 2º suplente de juiz distrital do distrito de Santo Antônio do Rio Verde. Em 1911 foi novamente nomeado, mas um decreto desfez o ato administrativo. Em 1913 foi nomeado agente fiscal da coletoria de Pacheco. Em 1916, foi nomeado juiz distrital do mesmo distrito. 
Os filhos dos ditos “Cassianos” foram: 
1. Lázaro Rosa de Mesquita 
2. Benvinda Rosa de Mesquita 
3. Maria Rosa de Mesquita 
4. Rosalina Rosa de Mesquita 
5. Alfredo Rosa de Mesquita
6. Antônio Rosa de Mesquita 
7. Odário Rosa de Mesquita 
8. Sebastião Rosa de Mesquita 
9. Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca) 
10. José Cassiano de Mesquita 
11. Izaltina Rosa de Mesquita 
Entre os filhos, apenas Lázaro Rosa de Mesquita permaneceu em Catalão, no distrito de Davinópolis, sendo que os demais migraram com os pais para Campo Formoso, se estabelecendo na região da Cachoeira, nas proximidades do córrego do Buriti, e na própria cidade. Maria Rosa possuiu terras na região da Firmeza. Alguns dos irmãos estão entre os primeiros comerciantes do arraial da Cachoeira, a partir dos anos de 1920 e 1930. Também se espalharam para a região do Buritizinho e da cidade de Orizona. 
1. Lázaro Rosa de Mesquita nasceu em 01/01/1884 e foi batizado 28/09/1884. Seus padrinhos de batismo foram José Antônio de Mesquita e Maria Guilhermina de Mesquita. Casou-se em 14/06/1907 no distrito de Santo Antônio do Rio Verde com Maria da Silveira Arruda, nascida em 1887 e filha natural de Maria Lucinda Ferreira. Seus filhos foram: 
Tarcílio, filho de Lázaro Mesquita, com familiares.
1.1. João Rosa de Mesquita: casado com Maria, com ela teve como filhos Hosana, José, Margarida, Marly, Reinaldo. 
1.2. Tarcílio Rosa de Mesquita: casado com Anauza Corrêa Barbosa, com ela teve como filhos Jerônimo Rosa de Mesquita, José Rosa de Mesquita, Soldinito Rosa de Mesquita, Rosemário Rosa de Mesquita, Heleno Rosa de Mesquita e Marica. 
1.3. José Rosa de Mesquita: casado com Maria Antônia, com ela teve como filhos Helena Rosa de Mesquita e Divino Rosa de Mesquita. 
1.4. Antônio Rosa de Mesquita: casado com Maria da Luz, com ela teve como filhos Fátima Rosa de Mesquita, Maria Rosa de Mesquita, Nancy Rosa de Mesquita, José Custódio, Helena Rosa de Mesquita, Maria Abadia Rosa. 
1. 5. Sebastiana Lucinda Rosa de Mesquita: casada com Balbino Antônio Ferreira, com ele teve como filhos Maria Abadia Ferreira, João Batista Ferreira ( Celau ), José Balbino Ferreira, Lázaro Manoel Ferreira, Jairo Antônio Ferreira, Darci Rosa de Jesus ( prefeito de Davinópolis por duas vezes ), Santa Rosa Ferreira, Nair Rosa Ferreira, Naína Rosa Ferreira, Maria da Glória Rosa Ferreira. 
1.6. Margarida Rosa de Mesquita: casada com Joaquim Felipe Freire, com ele teve como filhos Helena, Lourdes, Mariquinha, Lázara, Otacília, Jovenília, Ramiro, Antônio, Juarez, Sudário 
1.7. Jovenília Rosa de Mesquita: casada com Garcino, com ele teve como filhos Lourenço, Manoel, Marcondes, Maria Sebastiana, Ana e José. 
1.8. Lázara Rosa de Mesquita: casada com Antônio Ribeiro da Silva, com ele teve como filhos Geralda, Marly e Benedito. 
2. Benvinda Rosa de Mesquita ou Benvinda Cândida Rosa nasceu em 05/11/1885 e batizada em 28/02/1886. Seus padrinhos de batismo foram Manuel Rodrigues Souto e Rita Cândida Rosa. Benvinda Cândida Rosa casou-se com José Fabrício, natural de Paracatu-MG, em 16/07/1903. Filhos: Godofredo, Orestes e Sebastiana Rosa Fabrice, que era casada com José Francisco da Silva (Juquinha). 
3. Maria Rosa de Mesquita ou Maria Cândida Rosa nasceu em 01/10/1887 e foi batizada em 14/07/1888. Seus padrinhos de batismo foram João Cândido Roza e sua mulher Carolina Cândida Roza. Casou-se em 05 de setembro de 1906 com Augusto Policeno Rosa, filho de José Policeno Roza e Maria Silvéria de Oliveira. O casal teve doze filhos, alguns nascidos em Santo Antônio do Rio Verde e outros em Campo Formoso: 
3.1. Ramiro Policeno Rosa (1907-1956), casado com Maria Pereira dos Santos, filha de Joaquim Pereira dos Santos e Jovita de tal, moradores da margem do rio São Marcos. 
3.2. Laudia Policeno Rosa (Ladica) (1909-2004), casada com Vicente Pereira de Castro, filho de Isac Pereira de Castro e Escolástica Maria de Lima. 
3.3. José Policeno Rosa (1911- 1988) casado com Maria Cândida, filha de Pedro Pereira de Castro. 
3.4. Maria Policeno Rosa – Marica (1911-1951), casada com Miguel Luis Fernandes (Miguelão). 
3.5. Altina Policena Rosa (1913- 1997) foi casada com Benedito Pereira de Castro, também filho de Isac Pereira de Castro e Escolástica Maria de Lima. Enviuvou-se e casou José Vieira Gonçalves. 
3.6. João Policeno Rosa (1915- 2006) casado com Etelvina Silva. 
3.7. Adelaide Policeno Rosa (1917-2007), casada com José Joaquim de Sousa. 
3.8. Pedro Policeno Rosa (1918-?) foi casado com Diva de tal, ainda viva. 
3.9. Antonio Policeno Rosa - Tôe Purcena(1920 -2005) casado com Adelicia. 
3.10. Izaura Policeno Rosa (1925-1992) foi casada com Adonias Vieira da Cunha. 
3.11. Jovenilia Policeno Rosa (1927-2005), casada com Oramis Vieira de Freitas. 
3.12. Maria Conceição Policena de Sousa (1929-2013), casada com Altaídes de Sousa.
4. Rosalina Rosa de Mesquita nasceu em 1890 e casou-se com Emídio Adão Ferreira (ou Adão da Silveira Arruda) em 14/06/1907, irmão de Maria da Silveira Arruda (casada com Lázaro Rosa de Mesquita), filho de Maria Lucinda Ferreira. Esses dois casamentos aconteceram no mesmo dia. 
5. Alfredo Rosa de Mesquita nasceu em 02 de julho de 1894 e foi batizado em 18 de fevereiro de 1895. Seus padrinhos de batismo foram Salviano Pereira Guimarães e sua mulher Ana Alves Franca. Alfredo se casou com Laureana Bernardino da Silveira. 
Laureana e Alfredo Mesquita.
6. Antônio Rosa de Mesquita (Antonio Cassiano) nasceu em 28/08/1896 e foi batizado em 27/09/1897. Seus padrinhos de batismo foram José de Mesquita Rosa e dona Rita Maria de Souza. Casou-se com Maria Luzia de Castro da tradicional família Fernandes de Castro de Orizona. 
7. Odário Rosa de Mesquita (Dário) nasceu em 28/12/1899 e foi batizado em 11/06/1900. Seus padrinhos de batismo foram José Rodrigues Souto e dona Benvinda Rosa de Mesquita. 
8. Sebastião Rosa de Mesquita (Sebastião Cassiano) nasceu em 1906 e se casou com Rozenda Jacinto Pereira. 
9. Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca) (1909-1987) casou-se com Manoel Francisco Pires, irmão de José Pereira dos Santos (marido da sua irmã Izaltina). 
Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca).
10. José Cassiano de Mesquita (1915-1992) casou-se com Custódia de Almeida Rosa (primos em primeiro grau), filha Maria Guilhermina de Mesquita e Henrique Rodrigues de Almeida; e com Laudelina Pereira dos Santos, filha de Joaquim Pereira dos Santos e Jovita de Tal (irmã dos maridos da Angelina e da Izaltina). 
11. Izaltina Rosa de Mesquita casada com José Pereira dos Santos, filho de Joaquim Pereira dos Santos e Jovita de Tal. 

A FAMÍLIA POLICENA ROSA: 
Em junho de 2011, Maria da Penha Vieira saiu de Orizona e foi a Santo Antonio do Rio Verde para pesquisar sobre vestígios da família Policena/ Policeno Rosa. A partir desta visita, foi feito o seguinte relato: 
Maria Rosa de Mesquita, os filhos Láudia e Pedro Policeno e outros familiares.
Bem pessoal, continuo com a minha pesquisa sobre a Familia Policena e, dando continuidade, fui à cidade de Catalão (berço dos Policena Rosa), em Junho/2011. Lá encontrei poucas pessoas da família, dentre elas, o Sr. Osvaldo Policena Rosa e sua esposa Dna. Honorina, casal fantástico, que me deu uma bela recepção. Porem, meu tempo foi curto e insuficiente para descobrir alguma coisa, preciso e pretendo voltar. 
De Catalão fui para o distrito de Santo Antonio do Rio Verde, origem da família Rosa Mesquita, os chamados Cassianos. Lá encontrei um pouco de historia... emocionante!!! No povoado ainda existem duas casas da época, uma em ruínas e a outra semi-reformada. A igreja, construída no ano de 1868, foi reformada em 1962, mantendo as características originais. O morador mais antigo, Sr. Carlos, é um mineiro que nasceu em 1935 e se mudou pra lá em 1940. Contou-me ele que, nessa época, já não havia mais nenhum morador da família Rosa Mesquita. Ficou, também, bem explicito que no distrito nunca teve nenhum Policena, todos eram de Catalão, exceto pelo meu avô Augusto Policena Rosa, que se casou com Maria Rosa Mesquita, filha de Cassiano José de Mesquita e Maria Candida Rosa. 
Ramiro, Mariana e o bebê Jesus Policena.
No distrito existe um cartório, que guarda documentos da época, inclusive tive acesso, gentilmente me concedido pela simpática oficial, senhora Maria de Amorim; ela além de me dar acesso, não me cobrou pelos documentos emitidos. Assim, copiei o registro do casamento de nossos avós, Augusto e Maria, realizado em 05/09/1906. Fiquei muito emocionada ao tocar aquele livro do século passado, com suas folhas amareladas e quebradiças pela obra do tempo. 
O registro do casamento me originou duas dúvidas. A primeira é o nome da avó: todos os documentos posteriores indicam que ela se chamava MARIA ROSA MESQUITA e no livro do registro o escrivão a cita como MARIA CÂNDIDA ROZA e foi com esse nome que ela assinou o livro. Mas, esse era também o nome de sua mãe, a esposa do Cassiano. Por que a mudança? Acredito que naquela época ninguém pegava certidão nem de nascimento, nem de casamento e como as mulheres sequer sabiam ler e escrever – apenas copiavam o nome e quando ficavam viúvas perdiam suas próprias referencias e informações. Ao mesmo tempo eu pergunto, por que ela tinha o nome da mãe ??? (não era a primeira, nem a ultima filha do casal). 
A segunda dúvida é o nome do avô: embora tenha sido citado com Augusto PolicenA Rosa, ele assinou Augusto PolicenO Roza. Como se pode confirmar existem muitas pessoas que assinam dessas duas formas. Na própria cidade de Catalão existem as duas assinaturas, seguidas pelo Rosa. Alguns acreditam tratar-se de duas famílias e eu penso que não, porque dentre os filhos de Augusto existem os dois. Constatei que o primeiro filho dele, Ramiro e alguns de seus filhos assinam PolicenO. Deduz-se que, sendo ele o mais velho, possuía informação mais precisa; contudo todos os outros filhos (homens) assinam PolicenA, mas as mulheres variam entre um e o outro. 
Outro detalhe é a assinatura Roza da bisavó Maria Cândida e dos Policena(o). Tem-se aí a idéia de que havia parentesco entre eles. Há, ainda, outra informação divergente do conhecimento atual, o nome da bisaavó Maria Silvéria. Pensávamos que seu nome era Maria Silvéria Borges e, no registro, lê-se Maria Silveria de Oliveira, apesar de não estar muito nítido, porem, Borges não é. Todas essas duvidas só poderiam ser sanadas com as devidas certidões de nascimento, mas.... 
No encontro com o Sr Carlos ele me mostrou um jornal do ano de 1986 com uma reportagem sobre uma moradora do distrito, no século passado, conhecida por “Caetaninha” e que ele acredita ser da família Rosa. Lá todos contam a mesma história e eu pude ver o local onde havia a sua casa, uma pena ter sido demolida. 
Outra informação importante dada por esse senhor é que o Distrito de Santo Antonio do Rio Verde era território pertencente ao estado de Minas Gerais. Naquela época tudo se resolvia em batalhas sangrentas entre famílias que se destacavam, quer pelo poder econômico, quer pelo poder da violência (não é a toa que se diz que a justiça de Catalão era o 38). Assim, a familia Sampaio, que comandava a região, fincou um marco à beira do Rio Verde, onde seria travada a batalha com os mineiros para decidir quem ficava com o distrito de Stº Antonio. Entretanto, no dia marcado os Sampaios não compareceram e os mineiros não deram muita importância e com o tempo Catalão absorveu definitivamente o distrito”
Faltava identificar a origem do sobrenome Policena/ Policeno. Sempre se acreditou que vinha de um tempo remoto, talvez de outra região do planeta, como a Itália ou a Grécia. Contudo, identificou-se que este surgiu em terras goianas, mais precisamente em Catalão, em que o nome do patriarca Polyceno José da Rosa foi assimilado pelos descendentes, virando nome de família. Sobre a origem de Polyceno, não sabemos, mas o pai de Augusto, José Policena, vivia no distrito de Catalão em 1906.
POLYCENO JOSÉ DA ROSA e MARIA RITTA DE JESUS foram os patriarcas da família Policena de Catalão  Seus filhos foram:
1) José Policena Rosa, casado com Maria Silvéria de Oliveira
2) Antônio José da Rosa
3) Salustiano José da Rosa, casado com Carolina Arruda
4) João Policena Rosa, casado com Fermina Borges
5) Herculano José da Rosa
6) Virgínio José da Rosa, casado com Maria de Freitas
7) Fructuoso José da Rosa
8) Maria Policena Rosa, casada com João Borges
9) Maria de Abadia, casada com Bernardino Borges
10) Maria da Conceição
11) Joaquim José da Rosa
12) Maria Galdina
13) Francisco José da Rosa
14) Elyseu José da Rosa
Depois que vieram em 1920 para Campo Formoso, Augusto Policeno (neto de Polyceno) e Maria Rosa se estabeleceram nas margens do ribeirão Cachoeira, entre a Firmeza e a Cachoeira, abaixo da sua confluência com o córrego da Estiva. Construíram uma casa de moradia à margem direita do referido ribeirão, em local próximo ao que conhecemos atualmente como cachoeira do Augusto. Além de terras nesta região, era proprietário de gleba no local denominado “Capãozinho”, na cabeceira de córrego de mesmo nome, na região da Firmeza, onde hoje é a comunidade da Estiva de Cima. 
Augusto Policena era um homem de grande inteligência e de incrível capacidade criativa. Seus filhos e netos relataram que fabricava agulha de máquina de costura, canivete e tocava berimbau que confeccionava, fabricava espingardas, ferramentas de uso doméstico, equipamentos para fazer roupas, dentaduras e uma infinidade de coisas. Supostamente, tinha um projeto de irrigação de terras próximas à Cachoeira para plantio de arroz, com águas retiradas gravitacionalmente a partir da sua cachoeira. 
Augusto faleceu na cidade de Orizona em 10 de julho de 1953, aos 66 anos de idade, depois de uma crise de saúde que durou cerca de cinco dias. O médico Joel de Andrade o atestou como causa de sua morte uma insuficiência cardio-hepática, em agravamento de uma hepatite crônica. Maria Rosa viveu mais alguns poucos anos. As suas terras, após inventariadas e negociadas entre irmãos e vizinhos, ficaram em partes com o filho mais velho Ramiro e com os descendentes de Avelino e Guilhermina Pereira de Castro. 
Em 13 de julho de 2013, os descendentes dos Policena Rosa de Catalão se reuniram na AABB de Orizona para o 1º Encontro da Família Policena, com a presença de familiares de diversas regiões de nosso país. 
Dos filhos de José Policeno Roza e Maria Silveria de Oliveira, sabemos da existência de: 
1. Augusto Policeno Rosa, casado com Maria Rosa de Mesquita. 
2. Antonio José Policeno Rosa, casado com Helena Rosa de Mesquita, filha de José Cirilo Coelho e Abadia de Mesquita. 
3. Benício Policeno Rosa. 
4. João Policeno Rosa. 
5. Maria Theodora Policeno Rosa. 
E essa história não fica por aí. Os Policenas são uma família bem maior, como retratado no vídeo abaixo, narrado por Penha Vieira e João Bosco Memede, tendo se espalhado por todo o Estado de Goiás, parte de Minas Gerais e outras regiões do país e do exterior.


OS PEREIRA DOS SANTOS: 
Membros da família Pereira dos Santos, que morava à margem do rio São Marcos, vieram juntos com os “Cassianos” na comitiva. Não temos muitas informações sobre essas famílias, mas, por relatos, sabemos que Joaquim Pereira dos Santos era casado com uma mulher indígena de nome Jovita. Esta era afamada por sua força física, que superava inclusive a dos homens mais fortes da região. 
O casal tinha já alguns filhos e Jovita estava nos tempos da migração, de resguardo do parto de Mariana Pereira dos Santos. Supostamente, ao ajudar numa travessia de um gado no rio, a mãe teve um mal súbito e veio a falecer. Joaquim mudou com os filhos para Campo Formoso. Mariana, que ainda era um bebê, ficou aos cuidados de Alfredo Silveira Mesquita e Laureana Bernardina da Silveira. Dos irmãos que temos informações: 
1. José Pereira dos Santos casou-se com Izaltina Rosa de Mesquita. 
2. Laudelina Pereira dos Santos casou-se com José Cassiano Rosa de Mesquita 
3. Mariana Pereira dos Santos casou-se com Ramiro Policeno Rosa, filho de Maria Rosa de Mesquita e Augusto Policeno Rosa. 
4. ‘Mazila’ Pereira dos Santos, casada com José Vieira. 
5. Manoel Francisco Pires casado com Angelina Rosa de Mesquita. 

OS PEREIRA DE MESQUITA E OUTROS TRONCOS FAMILIARES: 
Temos em Orizona a família Pereira de Mesquita, que não é do mesmo tronco familiar, mas são parentes não muito distantes. Os integrantes desta família, da descendência de Augusto Pereira de Mesquita, ao longo dos anos exerceram cargos importantes no município. Tomamos como exemplo os ex-prefeitos Benedito Pereira de Mesquita (1972-1973) e João Bosco Mesquita (2001-2004). Benedito também foi vereador, tendo mandatos de 1951-1954, 1955-1958, 1959-1962 e 1963-1965, ou seja, em quatro legislaturas seguidas. João Bosco foi vereador entre 1989 e 1992 e secretário de Agricultura entre 1997 e 2000. Silvio Mesquita foi vereador de 1966 a 1970. Pedro Pereira Mesquita, de 1959-1962 e 1963 a 1965 e Isidoro Pereira de Mesquita, de 1966 a 1970. A atual vice-prefeita, Roseli Gonçalves Marcelo, é esposa de João Bosco Mesquita, tendo sido uma primeira-dama querida e amada e a vereadora mais votada na legislatura anterior (2013-2016). Manoel José de Mesquita (Manezinho) é um grande comunicador, pioneiro no rádio com a rádio Cultura de Orizona, atuando ainda na rádio Orizona FM e na comunicação volante. Pedro Pereira de Mesquita Júnior (Pedro Júnior) é uma referência da comunicação visual em nosso país. 
Outro grupo familiar que assina Mesquita e que vive em Orizona é dos descendentes de João Mesquita, pai de Lázaro Mesquita (Lazico). 

LEGADO DOS ROSA DE MESQUITA:
A descendência desta família é em Orizona, uma das maiores atualmente, calculada em milhares de indivíduos. Desde a chegada, demonstraram o seu espírito empreendedor e criativo. Podemos mencionar, correndo o risco de esquecer alguns, a incrível inteligência e criatividade de Augusto Policeno Rosa e Gustavo Pereira de Castro, o espírito empreendedor de José Cassiano e Antonio Rosa de Mesquita, José Issa Mesquita e Augusto Pereira de Castro, Vicente Pereira de Castro, João José de Sousa e filhos, comerciantes, Antônio Policena Rosa (Tôe Purcena), ferreiro, José e Hélio Fernandes Mesquita, médicos, José de Sousa Peres (Zezé da Conceição) e Inês de Castro (viúva de Gustavo Pereira de Castro), escritores. José Issa, como agropecuarista, contribuiu sobremaneira para o melhoramento genético do rebanho leiteiro em Orizona. Maria da Penha Vieira, bancária aposentada, administra com o filho a Clínica Libesp, que recebe dependentes químicos. 
Antonio Cassiano foi vereador por Orizona.
No campo da política, Antonio Rosa de Mesquita foi vereador de 1947-1950, 1951-1954 e 1955-1958. Sebastião Rosa Mesquita exerceu o mandato legislativo entre 1955 e 1958. Alfredo Silveira Mesquita foi vereador de 1973 a 1975 e vice-prefeito. Sua esposa Regina Maria de Oliveira também foi vereadora de 1997 a 2000. João dos Santos esteve no legislativo municipal de 1983 a 2000, por quatro mandatos. A seguir, sua esposa Maria Pereira (Gracinha) foi vereadora de 2001 a 2007, por dois mandatos consecutivos, ainda exercendo mandato na legislatura seguinte após o falecimento de Idalício Leandro Teixeira. Os irmãos João e José Gonçalves Mesquita também foram vereadores: João de 1976 a 1982 e José, de 1997 a 2000. José Fernandes Mesquita foi vice-prefeito entre 2000 e 2004. Antonio José de Sousa foi vereador de 1976 a 1982 e de 1983 a 1988, sendo que o plenário da Câmara Municipal o homenageia. Altaídes de Sousa Filho é o atual presidente da Câmara Municipal de Orizona e está em seu segundo mandato consecutivo de vereador. Carlos Antunes de Oliveira foi vereador de 1989 a 1992 e atualmente é secretário municipal de Meio Ambiente. A professora Adriany Santos é a atual secretária municipal de Educação e Denise Mesquita, diretora da Escola Municipal Parque Infantil Dona Zulmira Gonçalves. 
Integrantes desta família, liderados por Gustavo Pereira de Mesquita, foram responsáveis pela criação do Firmeza Esporte Clube em 1942, uma das equipes de futebol amador mais tradicionais do município.
Firmeza Esporte Clube, fundado em 1942 por Gustavo Pereira de Castro.
Concluímos o texto continuando a solicitar que, aqueles e aquelas que tiverem conhecimento de informações novas ou não citadas a respeito dessa família, que nos remetam para contribuir com um texto.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA 
(Historiador, genealogista, escritor e servidor público) 
DANIEL FERREIRA DA SILVA 
(Historiador, genealogista, professor, escritor e colaborador do blog Historiografia para Catalão) 
MARIA DA PENHA VIEIRA 
(Genealogista, servidora aposentada do Banco do Brasil e empresária) 


* Publicamos este texto originalmente em 04 de maio de 2020. Agora, apresentamos este com acréscimos e novas informações importantes em 07 de dezembro de 2022.