sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Relatos de Moisés Santana sobre a visita do Ministro Pires do Rio ao Roncador em 1921


Goiás, na Primeira República, vivia em condições periféricas de prestígio em relação ao restante do país. Era considerado um Estado satélite, de terceira categoria, sem muita força política. No parlamento (Câmara dos Deputados), somava apenas quatro representantes, que geralmente não exerciam influências junto ao governo e as bancadas.
Esta lógica às vezes mudava momentaneamente, como foi na ascensão de José Leopoldo de Bulhões Jardim, que chegou ao início do século XX ao primeiro escalão do governo Rodrigues Alves, ocupando o cargo de Ministro da Fazenda. Também foi diretor do Banco do Brasil. Graças a sua intervenção (mesmo criticado pelos oposicionistas goianos) foi possível que a via férrea adentrasse depois de muita espera o Estado de Goiás.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

As regiões de Firmeza e Campo Aberto já fizeram parte do Município de Silvânia


Pode ocupar o imaginário do morador de Orizona, ao tentar remeter mentalmente à sua história após ler alguma publicação sobre o assunto, que no período anterior a 1850, o sertão de Santa Cruz, onde hoje está instalado o Município, seria um verdadeiro deserto, sem qualquer ocupação humana. Essa concepção não está totalmente errada, mas não procede plenamente. É importante salientar que a região estava próxima dos principais caminhos desbravados pelos colonizadores, desde as primeiras décadas do século XVIII e que rumavam à antiga capital, Vila Boa.
As primeiras minas de Santa Cruz foram descobertas por Manoel Dias da Silva e em 1737 aparece a primeira referência à Capela Curada dedicada a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Santa Cruz. Bomfim (Silvânia) foi fundada no ano de 1774 e ficava na Estrada Geral de Goiás. Em 1823, o povoamento dependia administrativamente do julgado de Santa Cruz. Nesta época foram registrados por viajantes sítios e fazendas de moradores que haviam se instalado na região. Entre esses viajantes, o brigadeiro Cunha Mattos e os naturalistas Luiz Alencoust e Auguste Saint-Hilaire.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Como fazendeiros de Santa Cruz contribuíram com a participação Brasileira na Guerra do Paraguai


No início da segunda metade do século XIX, a Província de Goiás estava isolada dos centros econômicos e políticos do Império Brasileiro. A rede ferroviária ainda estava a meio século de adentrar o nosso território. A infraestrutura de estradas e pontes era a mais limitada e arcaica possível.
Politicamente, a província não tinha nenhuma força perante a Corte e em relação ao restante do país. Irrelevante também era a força econômica desse gigante de cerca de um milhão de quilômetros quadrados: a economia era baseada na exportação de gado para outras províncias e as cifras não eram tão significativas assim.
As receitas provinciais vinham principalmente do pouco imposto obtido nesse comércio interprovincial e de outras ninharias arrecadadas. Sem condições de dispor de infraestrutura de fiscalização e com reduzidíssimo efetivo policial, a evasão fiscal era muito grande. Para piorar, a ineficiência governamental do Estado era muito grande. Dessa forma, o governo provincial vivia de “pires na mão” e de hora em hora, pedia ajuda aos fazendeiros e comerciantes que viviam razoavelmente bem ou que sobreviviam nas vilas e freguesias.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Dorvalino Fernandes de Castro, o Primeiro Professor Público da Região de Firmeza


No período do povoamento do sertão de Campo Formoso*, freguesia de Santa Cruz de Goiás, grande parte da população não tinha acesso à formação escolar. Nas fazendas, alguns integrantes das famílias mais abastadas, que tinham alguma formação básica, realizavam o letramento das crianças da família e da comunidade. Algumas dessas famílias influentes ainda enviavam os filhos para estudar nas classes de Santa Cruz e Bomfim (Silvânia), por sinal, de acesso muito restrito. 
Campo Formoso (Orizona) só veio a ter um professor público em 1891, quando se tornou distrito de paz e policial. O primeiro ‘mestre’ foi o professor Luiz da Annunciação de Oliveira Ferraz**, oriundo de Santa Luzia (Luziânia). Mesmo assim, inicialmente havia classe apenas para homens e o acesso ainda era muito pequeno. Apenas a partir do final da década de 1920 começaram a surgir as escolas rurais. Podemos destacar como exemplo entre as primeiras, a da Cachoeira, Ubatan e Borboleta.

domingo, 18 de novembro de 2018

Leo Lynce: "Em Campo Formoso é assim..."

Leo Lynce, pseudônimo de Cyllenêo Marques de Araújo Valle, foi um poeta, advogado, jornalista e político goiano, nascido em Pouso Alto (Piracanjuba) em 29 de junho de 1884. Filho de João Antônio de Araújo Valle e de Eponina Marques de Araújo Valle.
Em 1908, entrou na vida política, elegendo-se deputado estadual. Nas décadas de 1920 morou e foi professor em Urutai (foi diretor da Fazenda Modelo, hoje IF Goiano - Campus Urutai), militou como advogado em Campo Formoso (Orizona), Bonfim (Silvânia) e Vila Bôa (Goiás). Foi nomeado, em 1927, Juiz de Direito de Santa Cruz de Goiás. Em 1930, tornou-se Juiz de Direito de Pires do Rio. Em 1938 atuou em Bella Vista (Bela Vista de Goiás) também como Juiz de Direito.