Uma de suas primeiras funções foi trabalhando ainda muito duro com ajudante de Euclydes Brettas, na fabricação de tijolos. Atuou como jornalista com o pseudônimo de Polônio Tabosa, escrevendo principalmente para periódicos de Goiás e Triângulo Mineiro.
Em 1932, foi designado diretor geral do Interior de Goiás, ano seguinte, diretor da Secretaria do IBGE e, em 1937, diretor da Divisão de Publicidade do Serviço Nacional de Recenseamento. Em 1939, bacharel em Ciências Sociais, pela American University de Washington, nos Estados Unidos.
Retorna ao Brasil e é nomeado, em 1941, diretor da Divisão da Receita da Comissão de Orçamento da Receita Federal e passa a residir no Rio de Janeiro. Em 1945, nomeado diretor da Divisão de Aperfeiçoamento da DASP. Ingressa, no Rio de Janeiro, na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e foi diretor do Instituto de Documentação da referida fundação, e redator principal de O Correio da Unesco, edição brasileira.
Por muitos anos, foi designado para trabalhar nas Nações Unidas, exercendo a assessoria do Secretário para Assuntos Administrativos; vice-diretor da Divisão de Finanças Públicas e assessor do Departamento de Assistência Técnica da Unesco. Pertenceu ao Pen Clube do Brasil, à Academia Brasileira de Ciências da Administração e à Associação Goiana de Imprensa.
Durante a vida, assinou diversos artigos e crônicas para jornais, artigos científicos, participou de dezenas de conferências e se especializou na área da gestão pública. Escreveu e traduziu livros na área e correspondeu com diversos intelectuais do mundo.
Publicou a Era do Administrador Profissional; Administração Civil na Mobilização Pública; Taylor e Fayol; Uma teoria geral do planejamento; Vocabulário Administrativo (português, inglês e espanhol); A reforma do Ministério da Fazenda e sua metodologia; Origem e evolução dos escritores; Da documentação à informação: Editoração hoje; O impacto de Goiânia. Ainda traduziu as seguintes obras de Pedro Muños Amato: Introdução à Administração Pública; Introdução à teoria geral de administração pública e Orçamentos e planejamentos.
Não se esqueceu em momento algum de sua terra natal e intercedeu em diversos momentos pelo município patrício. Um exemplo de sua atuação pode ser vista quando na criação da comarca de Campo Formoso. Para saber, leia o texto neste link, de nossa autoria.
Sobre a mudança do nome de Campo Formoso para Orizona, Benedicto nunca se satisfez e morreu contrariado com esta mudança. No documentário "Terra Caiapó" (1989), produzido pela TV Brasil Central e dirigido por Lisa França e narrado por Washington Novaes, o notável faz referência a este momento histórico e fala da características políticas, econômicas e culturais do município:
"Não é esta a Campo Formoso que eu nasci, em que vivi quando criança. Campo Formoso era então ainda uma vila, não era comarca. A presença do governo federal na cidade era documentada exclusivamente pelo correio, uma agência dos Correios. E havia o domínio dos chamados 'coronéis'. Esses eram os donos, eram os chefes. Inclusive quando havia eleições, eu me lembro: teve um dia que houve eleição, mas foi a chamada eleição cartorial. Ninguém votou. Fazia de conta. A economia era uma economia que estava nas mãos dos chamados fazendeiros, os quais eram autossuficientes. Quer dizer, o que eles consumiam nas respectivas fazendas, nas suas casas, quase tudo, mais de 90% era produto local. De maneira que aqui era uma região muito primitiva, pacata, pacífica, gente ordeira, hospitaleira e evidentemente acanhada".
A Biblioteca Municipal Maurity Silva, localizada no antigo Fórum, na Praça do Lazer, além de homenagear o notável, apresenta um rico acervo sobre a sua biografia, com mais de sete mil exemplares de livros de seu acervo e amplo catálogo de documentos pessoais. A família de Benedicto surpreendeu ao escolher em 2003 Orizona para deixar toda essa riqueza, ao invés de doar a um museu ou instituto histórico em alguma capital como Goiânia, Brasília ou Rio de Janeiro, claro que contando com a intervenção do escritor goiano José Mendonça Teles.
* Com informações da Academia Goiana de Letras. Todos os direitos reservados; Foto: CPDOC/ FGV.
ANSELMO PEREIRA DE LIMA
(E-mail: anselmopereiradelima@gmail.com)
(Alterações feitas em 25/11/2020)
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