quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O sucesso em tempos de insanidade global

Em recente entrevista ao jornalismo da Rádio 730, o deputado federal Rubens Otoni, principal liderança do PT em Goiás comentou: “eu não tenho receio nenhum em dizer que o Brasil vive o melhor momento da sua história. Em todas as áreas, na econômica, na política, na busca da infra-estrutura e na defesa dos direitos humanos”. E Rubens tem propagado essa idéia por onde vai, afirmando ainda que a oposição se encontra sem muitas alternativas e por isso mesmo, não perde oportunidade de supervalorizar qualquer crise que ocorreu ou venha a ocorrer no governo da presidenta Dilma Rousseff.
E sobre os graves deslizes de ministros e auxiliares (cito Ministério da Casa Civil e dos Transportes), fatos que são supervalorizados pela oposição política (PSDB e aliados) e pela oposição real (os poderosos da mídia), Dilma desenvolveu uma pauta de combate à corrupção muito interessante, que aliás, tem sido mais eficiente que a do ex-presidente Lula ao tentar a apurar e cortar o mal o mais próximo da raiz. A faxina da presidenta provavelmente vai render bons índices de popularidade na próxima pesquisa Ibope, conforme destaca o Conversa Afiada.
O monge beneditino Marcelo Barros, em texto seu entitulado "Porque os grandes do mundo mentem"reflete que "como outros povos do mundo, os brasileiros estão cada dia mais preocupados com a corrupção que mina nossas instituições sociais e políticas. Por outro lado, a imprensa e os partidos de direita que não se incomodavam muito quando a corrupção era praticada por seus aliados, agora, aproveitam qualquer chance para atacar o governo".
Barros conclui que a corrupção no Brasil não é um problema político e sim estrutural (quem nunca comprou ou vendeu algum produto e não tenha sonegado imposto ao deixar de emitir ou pedir a nota fiscal?), inserido no cerne de nossa sociedade e em nosso modelo de desenvolvimento: "é preciso perceber que sem uma transformação no sistema social e econômico que provoca isso, nunca se resolverá esta epidemia. Um sistema econômico que mantém desigualdades tão terríveis como no Brasil não pode ser isento de corrupção".
Mas aos poucos, graças a importantes transformações que temos experimentado, as coisas vão mudando. Como "nunca dantes",em tempos que a direita comandava o país, hoje os crimes políticos tem sido apurados, mesmo que precariamente. Mas já é um avanço, que precisa ser consolidado, afinal, a impunidade é co-irmã da corrupção.
A conduta de Dilma nos dá a sensação que em todas as decisões que tem tomado, resguarda todo o cuidado para não cometer erros. E essa não é a unica prática que a caracteriza como uma excelente gestora: podemos destacar também a sua grande capacidade de coordenação, a intolerância aos erros, o desapego político, a incansável persistência em cumprir metas, a sensibilidade político-econômico-social e a agilidade nas suas decisões. Se seus auxiliares colaborarem, no futuro sentiremos mais saudades de Dilma do que de Lula, mesmo entendendo que o ex-presidente foi o grande responsável por colocar o país no rumo que está seguindo.
E o mundo já está percebendo o papel e a postura desempenhada pela presidenta. O conservador britânico The Financial Times, em texto recente do correspondente Joe Leahy alerta o mundo para o sucesso do Brasil em momentos de crise, enquanto o resto do mundo (entende-se resto do mundo a América do Norte, Europa e a parte rica da Ásia) só comete loucuras: "Um mercado emergente lutando uma década atrás para sobreviver, o Brasil é hoje uma imagem de estabilidade política e macro-econômica em comparação com o seu principal parceiro [EUA]".
Em outro trecho o FT destaca que o sucesso econômico do nosso país atraiu uma enxurrada de dinheiro, elevando a taxa de câmbio da moeda do Brasil, o real, em relação ao dólar.  O texto conclui com uma alerta considerando que o brasileiro pode sentir-se orgulhosos de si mesmo no momento. Mas terá de permanecer vigilante para garantir a prosperidade mesmo em um novo capítulo da crise mundial, que tem prometido ir longe, deixando severas marcas em muitos países. (Sobre essa leitura, Brizola Neto considera que a mensagem do FT ao Brasil é na verdade “tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas vocês precisam botar o pé no freio”).
Mas para o sucesso dessa nação brasilis, que fiquemos do lado que devemos ficar: do lado do nosso país, dando um voto de confiança em nossos gestores e principalmente em nós mesmos. Em tempos de mercado globalizado, uma pitada individual de otimismo e de  utopia (utopia só acontece na perspectiva da coletividade) contagia e pode influenciar muito no futuro de toda a sociedade.

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