segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Artesanato com palha do milho gera renda para família camponesa de Orizona

A venda das espigas de milho sempre foi uma das principais fontes de renda da família Pereira. Mas, esse cenário está mudando. Após entrar no MCP - Movimento Camponês Popular, a família passou a diversificar e reaproveitar a produção. Há uma década a camponesa Maria Isabel Pereira, conhecida como Belinha, amplia a renda da família com a palha do milho, antes descartada. “A gente plantava o milho por toda a vida, para vender e dar de comida para os animais. Em 2002 comecei a usar a palha para o artesanato e com o movimento o trabalho melhorou muito”, diz.
Bolsas, tapetes, cadeiras, flores, bonecas, anjos, santos e uma série de outros artesanatos são confeccionados pela camponesa, que mora na região do Taquaral, zona rural de Orizona, e iniciou a arte por opção. “Foi durante cursos para a produção de doces que descobri o artesanato e fui gostando”, comenta. O trabalho foi ampliando, mais mulheres se interessaram, e foi criada a Associação de Artesanatos de Orizona que, hoje, conta com a participação de 30 camponesas. O artesanato aumenta, significativamente, a renda das famílias.
O trabalho é de valorização do milho, da cultura camponesa e da mulher. São as mãos de Belinha que dão forma à criatividade, o trabalho é todo manual. “Eu amo este trabalho, porque a gente vê que a partir da natureza a gente transforma muita coisa. Eu gosto tanto que quando estou mexendo com o artesanato o dia passa e eu nem vejo”, conta. Belinha é também presidente da ASDAO - Associação dos Artesãos de Orizona.
O milho utilizado é o crioulo, cultivado de forma agroecológica, com boa produção sem o uso de caras tecnologias e que resgata o saber camponês. Na propriedade são cultivadas variedades que produzem palhas coloridas, então não é necessária a aplicação de coloração artificial, geralmente, de cheiro forte, altamente inflamável e danosa ao meio ambiente.
Além do milho, é reaproveitada a fibra da bananeira, casca de árvores, bucha vegetal e sementes do cerrado. “Tudo que a gente vê na natureza, caído no chão, e percebe que dura muito tempo, a gente pega”, afirma Belinha. O agronegócio da soja domina a região, mas desde que foi instalada a secretaria do MCP regional Estrada de Ferro, a luta das famílias camponesas está se fortalecendo e ampliando.

* Texto por Assessoria MCP. Imagem: Marina Muniz. Todos os direitos reservados.

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