OPINIÃO - O jornal "O Pioneiro" foi
lançado no dia 29 de setembro de 1959. Foi o segundo periódico a circular na
cidade de Orizona, o primeiro após o lendário "A Roça" de Egerinêo
Teixeira, que foi veiculado de 1923 a 1935. Na sua fundação, "O
Pioneiro" foi dirigido por Olímpio Pereira Neto, Silvio Mesquita e Joaquim
Pereira de Freitas (ex-prefeito), além da participação de José Delcides
Pereira. Era impresso inicialmente nas oficinas gráficas da Fundação Pio XII,
de Goiânia. Olímpio o manteve em circulação por cerca de 40 anos, em edições
não contínuas.
De forma pretensiosa, Olímpio
diz em setembro de 1959, "O Pioneiro demarca mais um passo dado no
progresso de Goiás com a interiorização da capital do país. Figurarão, nas
páginas deste órgão, feitos de orizonenses ilustres pouco conhecidos de nossos
conterrâneos, homens estes que, beneficiaram com seus atos a Pátria, o Estado e
o Município".
Ainda segundo Olímpio, ao
afirmar o pioneiros e o idealismo, o órgão teria o propósito de "noticiar
os acontecimentos e elevar o conceito do sitiante, do produtor e criador, que
nesta região tem o nome de fazendeiro. E sendo uma classe que sustenta o Brasil
através da produção, podemos contar nos dedos os órgãos que levantam sua voz em
benefício daquele que mais sofre e não tem proteção". O diretor ainda
fez uma defesa da liberdade de imprensa e demonstrou o interesse de evitar o
embate político nas páginas do jornal.
Inicialmente, o jornal era
editado em Goiânia e por isso, os diretores contavam com a colaboração dos
leitores de Orizona para enviar as notícias da região para alimentar o jornal.
Voltado principalmente para assuntos de interesse do meio rural, da cultura,
religiosidade e política local, o jornal se apresentava em sua primeira edição
da seguinte forma[1]:
"Aqui estou eu diante
de vós pela vez primeira. O meu nome indica que sou precursor na espécie, em
nossa progressista cidade. Pretendo, porém, ter vida longa e isso dependerá de
vossa preciosa colaboração.
Orgulho-me de dizer que
viverei do conteúdo moral, intelectual e material que me fornecerdes.
Aceito e agradeço
penhoradamente a ajuda de todos. Recebo as críticas construtivas com
satisfação, pois são incentivo para meu aperfeiçoamento. Desprezo, todavia, as
destrutivas daqueles que, incapazes de produzir, limitam-se a criticar.
Procuro ampliar minha visão
e, para isso, é necessário um trabalho de equipe. Leitores, não temais, enviai
já vossa colaboração, para que seja facilitada a minha tarefa de dar
assistência a todo o município.
Sou livre e independente de
correntes político-partidárias e filosóficas. O meu ideal é analisar os feitos
e assinalar o mérito de quem o possui.
A linha de minha conduta é
moral, fora da qual não teria coragem de apresentar-me a vós, pois me julgaria
indigno de vossa atenção e desmerecedor de vossa consideração.
Espero não vos decepcionar.
Pretendo voltar tão breve
quanto vossa ajuda possibilitar, com matéria mais variada e abundante, pois o
conhecimento, que tendes de mim, capacitar-me-á a vencer os obstáculos da
distância e da comunicação, impeditivos na variedade de ideias deste
número inicial.
Até outra oportunidade.
O Pioneiro."
ANSELMO PEREIRA DE LIMA
(E-mail: anselmopereiradelima@gmail.com)
Fontes documentais:
1.
Ver: O Pioneiro. Ano I. Nº 01. Orizona, setembro de 1959.
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