Provavelmente originário do município de Santa Juliana, Triângulo Mineiro, onde exerceu entre outros cargos o de agente dos correios, o professor público Salviano Pedro Borges teve a sua presença conhecida em Campo Formoso (Orizona) a partir de 1899[1], quando foi nomeado aos 08 de outubro como professor público do Escola de Primeira Entrância do Sexo Masculino, equivalente ao ensino primário. Também nesta época acumulava a função de delegado literário, uma espécie de inspetor da educação no distrito. Acumulou o cargo de professor até 20 de dezembro de 1906[2], quando pediu exoneração após ser nomeado coletor de rendas municipais.
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Apontamentos sobre o Processo de Emancipação Política de Campo Formoso, hoje Orizona
Em 15 de novembro de 1889 foi
consagrada a conspiração política que derrubou o Império, através do bode expiatório
chamado Marechal Deodoro da Fonseca, um antigo monarquista que proclamou a
República. Contudo, no Rio de Janeiro e de forma muito pior nas províncias, a
população demorou a entender o que estava ocorrendo.
Durante o Império, especialmente na
regência de Dom Pedro II, o imperador nomeava alguém das elites políticas
(portanto, um forasteiro) de sua confiança e enviava às províncias para
presidi-las. O vice-governador geralmente era indicado por influência das
lideranças locais. Acontecia que muitas vezes o presidente da província tardava
ou nunca chegava e o Estado era governado pelo vice-presidente. Em Goiás isso
foi muito comum, principalmente pelo distanciamento geográfico da Corte. Havia
normalmente a transição entre representantes do partido Liberal e do Conservador,
uma hábil estratégia do Imperador.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Desenterrando Ossos: a antiga sede da propriedade de meus avós paternos na região de Firmeza
Em 2013, um presente do amigo e então Secretário Municipal de Educação, Paulo Acácio de Sousa, me deixou bastante emocionado. Tratava de uma pintura da antiga residência de meus avós paternos, na Estiva de Cima, região da Firmeza. No texto eu dizia que[1]:
Recebi esta verdadeira obra de arte de presente do grande amigo, o professor Paulo Acácio de Sousa, atual secretário
municipal de Educação de Orizona. A imagem representa a antiga sede de fazenda
onde moraram meus avós paternos Antônio José de Lima e Catarina Maria de Lima,
na comunidade de Estiva de Cima, região de Firmeza (Orizona-GO).
O casarão provavelmente foi construído
no final do século XIX, por José Pereira de Castro. Depois disso, segundo a
poetisa Inês de Castro, moraram na residência Pedro Pereira de Castro, Antônio
Silvério, José Adalto e a família de Antônio de Lima, que se viu obrigada a
demolir a mesma no ano de 2012, já que os riscos de desabamento eram grandes e
a família não tinha condições financeiras de fazer a sua restauração.
Meu pai João Bôsco de Lima e seus
outros seis irmãos cresceram ali. Os netos mais velhos também puderam correr
pelos seus cômodos enormes de assoalho liso e barulhento. Lembro que a maior
aventura era entrar pelo alçapão que dava para o porão da casa, muito escuro e
onde às vezes os morcegos nos assustavam. Era muito bom saltar por suas grandes
janelas azuis. Os biscoitos e doces feitos pela avó Catarina eram uma perdição.
Sobre esta memória, descobri recentemente o inventário me minha pentavó Maria Filisbina de Jezus[2] e a partir dele comecei a compreender melhor com as coisas se sucederam:
Sobre esta memória, descobri recentemente o inventário me minha pentavó Maria Filisbina de Jezus[2] e a partir dele comecei a compreender melhor com as coisas se sucederam:
Da
viúva Maria Filisbina, falecida em 13 de setembro de 1902, na região da
Cachoeira, e de seu esposo Silvério Fernandes de Lima, ambos originários da
região de Patos de Minas/Patrocínio – MG, vem toda a descendência da família
Fernandes de Lima de origem mineira que chegou a Orizona na segunda metade do
século XIX, exceto provavelmente daqueles que são descendentes de Manoel Pedro
de Lima, genro do Capitão José Pereira Cardoso e de outros que chegaram
posteriormente.
Eram filhos de Silvério e Maria Filisbina:
Eram filhos de Silvério e Maria Filisbina:
- Francisco Fernandes de Lima – nascido em Patos de Minas por volta de 1841 e casado com Maria Joaquina de Castro, filha de Escolástica Maria do Carmo e José Pereira Cardoso Primo. Tiveram oito filhos: Ermógenes, Honório, Escolástica (casada com Isac Pereira de Castro), Militão, Deolina (casada com Francisco Pereira Cardoso), José Fernandes de Lima Sobrinho (pai do expedicionário Estêvão Fernandes de Lima), meu bisavô Antônio Fernandes de Lima e Maria Joaquina.
- José Fernandes Limas – nascido por volta de 1843 e casado com Anna Justina de Jesus. Entre seus filhos estão Adolfo Fernandes de Lima (pai do Zé Adolfo), meu trisavô Eduardo Fernandes de Lima, José Fernandes de Lima Filho e Maria Justina, esposa do Venâncio Gonçalves Pereira, da Cachoeira.
- Antônio Silvério de Lima – nascido por volta de 1845.
- Maria Silvéria de Lima – nascida por volta de 1847.
- Manoel Fernandes de Lima - nascido por volta de 1849.
- Pedro Silvério de Lima - nascido por volta de 1851.
- Constância - nascido por volta de 1853, casada com Felisardo Gonçalves Pinheiro.
- Anna Felisbina de Jesus – viúva, nascida por volta de 1855.
- Carolina Felisbina de Jesus - casada com Ananias Gonçalves Pinheiro.
- Ritta Felisbina – viúva, nascida por volta de 1859.
- Felisbina Joaquina de Jezus – nascida por volta de 1861, foi casada com José Pereira de Castro (Zeca Pereira), filho de Escolástica Maria do Carmo e José Pereira Cardoso Primo. São os pais do ferreiro Joaquim de Castro, que constituiu grande descendência em Orizona. Foram eles também que entre os anos de 1880 e 1890 construíram a casa acima, objeto da dedicação deste texto. Minha trisavó Escolástica Pereira de Castro, casada com Antônio Joaquim de Sousa também era filha do casal, assim como Maria Cândida, mãe do Zé Lourenço, da região da Beira/ Campo Limpo.
- Clementino Silvério de Lima – nasceu por volta de 1863 e se casou com Joaquina Maria de Castro, também filha de Escolástica Maria do Carmo e José Pereira Cardoso Primo. Sabemos de seus filhos Realino e Manoel Fernandes de Lima e Antonio Silvério de Lima, que migraram com suas família para o norte goiano, tendo familiares hoje em Itapaci, Pilar e Minaçu, principalmente. Este Antonio Silvério foi um dos moradores do casarão objeto desta matéria.
Desses filhos, é certo que pelo menos Francisco, José, Filisbina, Carolina e Clementino vieram para a região, conforme documentos históricos e do vestígio das próprias famílias. A sede da fazenda, que obviamente não era a sede principal, cercada de muros de pedra, ficou todo tempo sob os cuidados de pessoas da família.
Sobre esta família, aliás, não eram pessoas de grandes posses, como foram tradicionais famílias orizonenses. Contudo, deixou um legado grande ao município e uma descendência numerosa a partir das regiões de Firmeza e Cachoeira. Esta família teve também grande importância na colonização da região do Vale do São Patrício, que fez originar o município de Itapaci-GO.
Sobre esta família, aliás, não eram pessoas de grandes posses, como foram tradicionais famílias orizonenses. Contudo, deixou um legado grande ao município e uma descendência numerosa a partir das regiões de Firmeza e Cachoeira. Esta família teve também grande importância na colonização da região do Vale do São Patrício, que fez originar o município de Itapaci-GO.
ANSELMO PEREIRA DE LIMA
(E-mail: anselmopereiradelima@gmail.com)
1. Texto publicado no blog Orizona em foco em 02 de maio de
2013 e atualizado em 27 de novembro de 2018. Veja no link https://orizonaemfoco.blogspot.com/2013/05/a-antiga-sede-de-fazenda-na-regiao-de.html
2. Arquivado no Cartório Judiciário de Orizona, na Caixa 01,
Termo 55, aberto em 30/01/1904.
3. Esta não era a
residência mais antiga da região da Firmeza. Sabe-se que a casa de Joaquim Fernandes
de Castro veio anteriormente e depois, são destaques três outras moradias, conforme
relatou-nos Evandro da Silva Gregório (Evandro da Donata): de Adonias Vieira
Caixeta (Donico), a mais antiga das três e de Joaquim Gregório Pereira e
Francisco Fernandes de Lima. Na Cachoeira, por outro lado, mais povoada na
época, experimentava a presença de outras importantes famílias.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Dr. Raphael Leme Franco: “A verdadeira política”
O médico paulista Dr. Raphael Leme Franco, que tem a grafia de seu nome insistentemente escrita de forma equivocada por cidadãos e pelo poder público municipal[1], teve uma vida toda de militância em Campo Formoso/ Orizona. Nascido em 07 de setembro de 1895 em Leme - SP, veio para cá e não retornou. Aqui faleceu em 28 de setembro de 1977. Foram mais de 50 anos de exercício da medicina de família e praticando algumas das suas paixões, como a música, a poesia, a filosofia e o estudo da língua portuguesa (era considerado um excelente filólogo).