DA REDAÇÃO - O Jornal Orizona FM noticiou nesta segunda-feira, 27 de julho, sobre as surpreendentes alterações feitas na Unidade Prisional de Orizona pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, do Governo do Estado de Goiás. Segundo informações, a unidade, que tem sido modelo de gestão, foi quase que completamente desativada e os internos estão sendo transferidos para outras unidades. A unidade será transformada em um presídio regional feminino. Toda essa ação, coordenada pela secretaria estadual de Segurança Pública, teriam acontecido sem nenhuma comunicação às autoridades municipais e à população de Orizona.
Lembramos que o presídio foi construído com o esforço da sociedade orizonense, dos órgãos públicos, empresas e entidades civis municipais ou instituições que funcionam no município. Foi inaugurado em 27 de novembro de 2017 e desde então, vem sendo referência de gestão, com vários projetos que visam a reintegração dos reeducandos à comunidade. Os investimentos financeiros, inicialmente na ordem de 1 milhão de reais, foram feitos com recursos predominantemente locais.
A gestora da Unidade Prisional de Orizona, Alexandra Rezende de Oliveira, disse ao jornalismo da rádio Orizona FM que desde o início da manhã desta segunda-feira, os presos estão sendo transferidos para a Unidade Prisional de Itumbiara, localizada cerca de 250 quilômetros de Orizona, além de outras unidades que integram a diretoria regional. Essa mudança deixou as famílias dos internos angustiados, uma vez que grande parte dos presos são moradores do município. Nessa situação, o contato através de visitas das famílias com os entes fica muito difícil por conta da distância.
O prefeito Joaquim Marçal disse em entrevista à rádio dos esforços que a sociedade civil organizada de Orizona empenharam para que o presídio fosse construído. Disse também que a Prefeitura disponibiliza servidores, equipamentos, imóvel alugado para moradia dos servidores e instalou ali consultório médico e odontológico. Segundo ele, essa parceria sempre aconteceu para que os reeducandos de Orizona tivessem acesso aos melhores serviços e o melhor convívio com suas famílias.
Considerou as medidas tomadas pelo governo de Goiás como irresponsáveis. Joaquim disse que está indignado. O prefeito disse também que não importa se o presídio dará mídia com a mudança de seu perfil. O importante, segundo ele, é atender ao povo de Orizona. Ainda disse que a Prefeitura como parceira direta deveria ser consultada, assim como a comunidade deveria ser ouvida.
O prefeito disse que soube na sexta-feira, 24, da decisão, mas não esperava que aconteceria de forma tão rápida. Nesta segunda-feira, ligou para o presidente da Assembleia Legislativa Lissauer Vieira e falou de sua indignação. Ficou claro, de acordo com o mesmo, que a direção da Unidade não teve nenhum envolvimento nas decisões e estes terão que começar novamente o trabalho, disse Joaquim.
O gestor disse que não recuará nenhum centímetro de sua palavra a respeito deste assunto e com relação às contribuições dadas à Unidade Prisional, mas lamentavelmente, tudo começará do zero. Se a comunidade quiser se manifestar contra as mudanças, estará do lado do povo de Orizona.
O vereador Carlos Eduardo da Silva comentou que quando o presídio foi construído, a preocupação da população de Orizona era dar condições dignas para os internos que são moradores daqui. Essa medida mostra que as pessoas que fazem a gestão do sistema prisional não conhecem a realidade local e querem se aproveitar do que está dando certo.