terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Sobre as Eleições Municipais de 15 de novembro de 1982 em Orizona

As eleições municipais de 1982 marcaram importantes mudanças nas histórias dos partidos. Anteriormente, apenas dois poderiam atuar: a ARENA (partido governista que passou a se chamar PDS) e MDB (oposição que passou a ser PMDB). Contudo, os novos partidos eram submetidos a regras muito intransigentes que visavam inviabiliza-los, já que essas mudanças vieram mais da pressão da sociedade do que da boa vontade governista.
Uma dessas regras foi a exigência que os diretórios de partidos novos apresentassem chapas completas, sob pena de perderem o registro do partido. Os partidos registrados na Justiça Eleitoral foram PT, PDT e PTB, além de PDS e PMDB. Uma diferença naquela eleição é que partidos poderiam apresentar sublegendas para candidaturas de prefeito e vice-prefeito, algo que aconteceu em Orizona com PMDB e PDS, sendo apresentadas mais de uma chapa pelo mesmo partido. Também não se permitiam coligações. A votação era por cédulas de papel. Na época, votos em branco eram considerados como válidos.
A eleição municipal aconteceu em 15 de novembro de 1982, tendo como escrivão eleitoral o Sr. Lázaro Mesquita e foi presidida pelo juiz eleitoral Francisco de Paula dos Santos. A 23ª Zona Eleitoral de Orizona tinha 28 seções ativas, com 6.957 eleitores aptos e 6.123 eleitores votantes. Foi eleito o prefeito Joaquim Pereira de Freitas, o vice-prefeito José Lucas Ribeiro (ambos do PMDB), além de 09 vereadores do PMDB e PDS.
Para prefeito, compareceram 6.123 eleitores, com total de 6.001 votos válidos (5.758 votantes nos partidos + 243 votos brancos) e 122 votos nulos. O PMDB obteve 3.174 votos, o PDS obteve 2.395 votos e o PT, 189. Assim ficou a votação da chapa majoritária:
1) Joaquim Pereira de Freitas (PMDB-2): 1959 votos
2) Délico Machado da Silva (PDS-2): 1.484 votos
3) Alfredo Silveira Mesquita (PMDB-1): 1.215 votos
4) Paschoalino Mota (PDS-1): 911 votos
5) Pedro Jacinto Pereira (PT): 189 votos
Para vereadores, não era permitido sublegendas (mais de uma chapa por partido). Em Orizona. O total de votos para esse cargo foram: 5.614 votantes nos partidos, 277 em branco (5.891 válidos) e 232 nulos. O PDS obteve 2.314 votos, o PT 183 e o PMDB, 3.117 votos. Participaram 32 candidatos no pleito, apenas uma mulher. Os vereadores eleitos, do PDS e PMDB, foram:
1) Lourival dos Anjos Rosa (PMDB): 510 votos;
2) Laurindo Correa de Aquino (PMDB): 442 votos;
3) João dos Santos (PDS): 440 votos;
4) Idalício Leandro Teixeira (PDS): 338 votos;
5) Valdo Antônio Ribeiro (PMDB): 316 votos;
6) Antonio José Tavares (PDS): 285 votos;
7) Antônio José de Sousa (PMDB): 275 votos;
8) Realino Nunes de Paula (PMDB): 270 votos;
9) Rodolfo Mendes da Cunha Júnior (PDS): 267 votos.
Os demais participantes do pleito como candidatos a vereadores ficaram como suplentes:
Suplentes pelo PDS:
1) Odilon Bertoldo da Silva: 249 votos;
2) Sebastião Eduardo: 239 votos;
3) Natércio Mazon: 141 votos;
4) Edson Marra: 138 votos;
5) Hosana Fernandes de Oliveira: 80 votos;
6) Osvaldo Martins Porto: 69 votos:
7) José de Araújo Porto: 67 votos.
Suplentes pelo PMDB:
1) Benedito Pereira Mesquita: 244 votos;
2) Joselo Gomes: 221 votos;
3) Manoel Pinheiro: 191 votos;
4) Salvador José de Oliveira: 156 votos;
5) Sidon Vieira da Cunha: 148 votos;
6) Domingos de Oliveira: 144 votos;
7) Joaquim Nunes Xavier: 133 votos;
8) José Fernandes de Castro: 65 votos.
Suplentes pelo PT:
1) Venerando Antônio de Sousa: 38 votos;
2) Joaquim Caetano: 28 votos;
3) João Vicente Lúcio: 23 votos;
4) Alvina M. Tavares Pinheiro: 23 votos;
5) João Bosco de Lima: 21 votos;
6) Geraldo Pereira Cardoso: 21 votos;
7) José Mamédio da Silva: 15 votos;
8) José Absalão dos Reis: 14 votos.
Estava se consolidando a ali a abertura política no Brasil com eleições diretas e com os anos, veio a Constituição de 1988, as eleições de 1989, as primeiras presidenciais. A partir da década de 1990, estas passaram acontecer regularmente a cada dois anos.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

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