Nas décadas de 50/60, do século XX, a música castelhana conquistou um público considerável, no Brasil, através de intérpretes como: MIGUEL ACEVES MEJIA, LIBERTAD LA MARQUE, CUCO SANCHES, TRIO LOS PANCHOS, TRIO CRISTAL, PEDRO VARGAS e outros. Lá das terras dos "hermanos" vieram alguns ritmos que eram até então, quase desconhecidos para nós, sertanejos. Huapango, Canção Rancheira, Carrilhão, Polca Paraguaia etc.
Os novos valores (alguns veteranos também) souberam tirar proveito disso. Deitaram e rolaram, em cima dos cancioneiros mexicano e paraguaio, principalmente, regravando músicas que foram sucesso, lá e aqui. Compositores nossos, bem intencionados e capacitados, mostraram muito profissionalismo e, respeitando a obra original e seus Autores, fizeram versões maravilhosas, que o nosso público acatou com entusiasmo. Cito apenas alguns exemplos: “Vinte Anos” com Nenete, Dorinho & Nardeli, “La Paloma”. “Índia” e “Meu Primeiro Amor” com Cascatinha & Inhana, “Sete Léguas” com Sulino & Marrueiro, “Pombinha Branca” com Tibaji & Miltinho, “Gritem-me as Pedras do Campo” com Pedro Bento, Zé da Estrada & Celinho etc. Mas quando algum compositor, com pouco conhecimento, encontrava dificuldade em traduzir a letra, do original para o nosso idioma, recorria ao recurso das questionáveis adaptações, muitas vezes deturpando totalmente o sentido do tema original. Com isso, mostrando desrespeito ao(s) autor (es) da obra musical. Outros, mais inescrupulosos, se apropriavam indevidamente da melodia, faziam uma letra que nada tinha a ver com o tema original da canção, gravavam e “lascavam” seus nomes como Autores da mesma. Vou citar um exemplo, apenas para sacramentar a declaração que fiz. Mas, só vou contar o milagre, não vou falar o nome do santo: A música é “MI MAZATLAN”, sucesso com Miguel Aceves Mejia, por toda a América Latina. Se alguém quiser tirar a limpo, é só pesquisar... Intérpretes que tinham condição de dar boa interpretação para esse novo estilo de música, enriqueceram seus respectivos repertórios e atingiram o desejado resultado que era o de ter aceitação perante aqueles que ditam a palavra final, os compradores de discos. E eles corresponderam plenamente às expectativas. Aí, a música sertaneja se tornou realmente conhecida e ouvida em quase todo o BRASIL. E ganharam a parada, aqueles que acreditaram em seu potencial, e foram em frente. Nessa etapa, os responsáveis diretos por essa conquista faziam parte da safra de novos valores e também de gente da velha guarda:
CASCATINHA E INHANA
NENETE E DORINHO
SULINO E MARRUEIRO
PEDRO BENTO, ZÉ DA ESTRADA E CELINHO.
TIÃO CARREIRO E PARDINHO
ZILO E ZALO
SÉRGIO REIS (Importante aquisição para a música sertaneja)
SILVEIRA E BARRINHA
DUDUCA E DALVAN
CAÇULA E MARINHEIRO
PRAIÃO E PRAINHA
LINDOMAR CASTILHO
MILIONÁRIO E JOSÉ RICO
TIBAJI E MILTINHO
CRHISTIAN E RALF
CHITÃOZINHO E XORORÓ
GINO E GENO
BELMONTE E AMARAÍ
LÉO CANHOTO E ROBERTINHO
MATO GROSSO E MATHIAS
JOÃO MINEIRO E MARCIANO
PIÃO CARREIRO E PRAENSE
TRIO PARADA DURA (Creone, Barrerito e Mangabinha)
TEODORO E SAMPAIO
SILVEIRA E SILVEIRINHA
E muitos, muitos outros.
Possuíam estilos diferentes, uns dos outros, mas, tinham algo em comum: A crença inabalável de que estavam construindo algo que ficaria para a posteridade, e ficou.
Contato com Marequinho:
Twitter: http://twitter.com/#!/Marrequinho1
Palco Mp3: http://palcomp3.com/marrequinho/
* Décimo Sexto capítulo do livro "Marrequinho - O Menino de Campo Formoso", de Francisco Ricardo de Souza. Imagens: Acervo Pessoal. Publicação autorizada pelo autor. Todos os direitos reservados.
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