Debate da Rede TV foi morno e com pouco conteúdo

Aconteceu neste domingo (17) na Rede TV, o debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O debate promovido pela Rede TV e jornal Folha de São Paulo foi na minha opinião um dos mais chatos de todos os tempos. Senti como espectador desvalorizado por um enfrentamento frio e que não levou a nada. Não foi um debate de propostas, mas de disputas entre os dois candidatos.
Nem Dilma, nem Serra venceu o debate. Aliás os mesmos perderam a oportunidade de fazer uma dialética positiva e construtiva. O eleitor, obviamente, foi o que mais saiu perdendo.
Confira a opinião de jornalistas, leitores e políticos a respeito do debate:
Rodrigo Viana (Rede Record): "O debate na “RedeTV”, na noite desse domingo, foi talvez o mais morno desde o início da campanha eleitoral. Nada parecido com o que se viu na “Band” semana passada. Dilma e Serra pareciam cansados, esgotados depois de tantas viagens pelo país, e depois de tanta tensão desde o primeiro turno".
Paulo Henrique Amorim (Rede Record): "Dilma trouxe à discussão a empresa Gás Brasiliano, que o Serra se recusou a vender à Petrobrás, que oferecia preço mais alto. Deve ter muito caroço embaixo desse angu. A vacilação do Serra e a ênfase da Dilma indicam que a operação tem uma camada subterrânea de irregularidades à moda Paulo-Pretiana, ou Paulo-Souziana. O grande ausente do debate foi o aborto".
Sérgio (internalta, no blog do Emir Sader): "A Dilma não foi tão bem neste debate quanto no da Bandeirantes. Parecia que ela estava cansada e lhe falta um pouco de malícia política para enfrentar políticos profissionais como José Serra. Deveria, na minha opinião, ter umas tiradas sarcásticas, aquele sarcasmo carioca na dose certa. Garanto que ia ter um grande efeito sobre o Serra além de atrair a simpatia do eleitorado. Quanto à Serra, o cinismo de sempre. Haja óleo de peroba".
Luiz Carlos Azenha (Rede Record): "Os dois candidatos me pareceram extremamente cansados. Serra, ao elogiar os ex-presidentes Itamar Franco e FHC, acrescentou um adjetivo ao falar de Itamar (“íntegro”?), mas não fez o mesmo com Fernando Henrique. Foi por querer ou um lapso? Dilma, ao falar da crise econômica, disse que o Brasil foi o primeiro a entrar e o último a sair (provavelmente pretendia dizer o inverso)".
Ricardo Noblat (O Globo): "Para impedir o crescimento do tucano José Serra nas pesquisas de intenção de voto, a petista Dilma Rousseff aproveitou o debate para mirar num alvo novo e importante: o eleitorado paulista. Dilma e o PT sabem que no primeiro turno, Serra terminou bem abaixo do que poderia obter no Estado, já que Geraldo Alckmin foi eleito governador com dois milhões de votos a mais do que ele conseguiu na disputa presidencial. E o próprio Alckmin ficou aquém do que o PSDB costuma obter em São Paulo".
Jutahy Júnior (deputado pelo PSDB-BA): “A Dilma disse uma série de absurdos. A estratégia dela está errada. Nós queríamos exatamente isso (falar de São Paulo) e ela fez de forma espontânea. Ela se colocou dentro de um alçapão e irritou o resto do País, fez frases absolutamente desconexas”.
Josias de Souza (Folha de São Paulo): "Dilma Rousseff e José Serra tonaram-se candidatos-parafusos. Com as ideias espanadas, rodam a esmo em torno dos mesmos assuntos. O debate deste domingo foi menos encrespado que o anterior".
Luiz Eduardo Cardozo (deputado do PT-SP): "Ela (Dilma) não foi agressiva nem no debate anterior. Foi igualmente assertiva hoje. No debate anterior, ela pegou alguns eixos de calúnias e difamações. Hoje ela foi vigorosa em certos pontos. Na medida que ele (José Serra) fica mais recuado, fica evidenciado que ela tem afirmações sem agressividade mas com firmeza".

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