Provavelmente no ano de 1920, Cassiano José de Mesquita saiu do distrito de Santo Antonio do Rio Verde, município de Catalão, e migrou com toda a família, agregados, animais de criação e bens materiais para Campo Formoso, atual Orizona, deixando para trás, uma importante história de vida naquela região próxima aos rios São Marcos e Paranaíba, bem perto da divisa de Goiás e Minas Gerais. Além dos ROSA MESQUITA, vieram alguns membros de famílias que se tornaram importantes na região, como os POLICENA ROSA e os PEREIRA DOS SANTOS.
Um referencial de data aproximada da grande mudança vem de Jesus Policena Rosa (falecido em 1º de abril de 2022), que disse que na época seu pai Ramiro, que nasceu no ano de 1907, tinha doze anos de idade. Também segundo Maria da Penha Vieira, sua mãe Altina Policena (irmã de Ramiro) tinha sete anos de idade na ocasião da viagem e nasceu em 1913. Foi quando o Capitão Cassiano José de Mesquita, a sua esposa Maria Cândida e filhos se mudaram do distrito de Santo Antônio do Rio Verde, município de Catalão, para a cidade de Campo Formoso, hoje Orizona. No novo destino os filhos de Cassiano e Maria Cândida Roza ficaram conhecido mais como "os Cassianos" e ali deixaram uma numerosa descendência. Em Catalão, precisamente no então distrito de Davinópolis, dos filhos de Cassiano José de Mesquita e Maria Cândida Roza, ficou somente Lázaro Rosa de Mesquita.
Cassiano foi juiz de paz em Santo Antônio do Rio Verde. Era genro do Capitão Francisco Marciano Roza, foi amigo do sub-intendente distrital José Saturnino de Castro, conhecia o também Capitão Carlos Antônio de Andrade, tinham proximidade com membros da família Paranhos, enfim era uma pessoa bem relacionada e de certa posição social na época. A pergunta necessária é: O que teria causado o êxodo da família Rosa de Mesquita do distrito de Santo Antônio do Rio Verde do município de Catalão para a cidade de Campo Formoso/ Orizona?
Não temos certeza sobre os verdadeiros motivos da mudança em massa e supostamente repentina, contudo apresentamos algumas hipóteses, como disputas e intrigas entre famílias da região de Santo Antonio do Rio Verde, questões políticas, uma vez que nesta época Catalão vivia uma situação de tensão muito forte pela disputa das forças políticas locais, ligadas principalmente às famílias Bulhões e Caiado; e por opção buscar uma nova fronteira, onde houvesse um clima agradável e a possibilidade de prosperar em novos negócios.
Apresentaremos a seguir, uma compilação da trajetória dessas famílias desde a segunda metade do século XIX até os seus estabelecimentos em Campo Formoso/ Orizona. Este documento é baseado principalmente nas pesquisas dos historiadores e genealogistas Daniel Ferreira da Silva e Anselmo Pereira de Lima, de Marcial Campos Teixeira e de outros colaboradores do excelente blog Historiografia para Catalão, de Maria da Penha Vieira (Penha da Altina) e de Renato de Castro. É um trabalho feito por muitas mãos, muitas cabeças e por depoimentos feitos oralmente e também nos grupos de Facebook “Família Policena” e “Família Rosa Mesquita de Catalão e Região”.
É digno de elogios o trabalho de Penha e Daniel nesta busca, no caso da primeira, pela origem do sobrenome Policena ou Policeno e do segundo, de muitas e relevantes informações dos Rosa Mesquitas e outras famílias próximas, que foram obtidas recentemente e trataremos resumidamente a seguir. Esse texto é uma atualização das principais informações, desde que publicamos o primeiro ensaio em 04 de maio de 2020.
JOSÉ ANTÔNIO DE MESQUITA E MARIA JOSÉ RIBEIRO:
Estudos genealógicos publicados na Historiografia para Catalão comprovam que José Antônio de Mesquita e Maria José Ribeiro foram moradores em meados do Século XIX na Vila do Catalão, Província de Goiás. José Antônio registrou terras das fazendas de ‘São Domingos’ e ‘Quartéis’, tendo adquirido por herança da sua sogra Cândida Flauzina Ribeira. ‘São Domingos’ foi adquirida por compra de Jozé Francisco da Silva em 14 de fevereiro de 1855. Tinha ao nascente, o Rio S. Marcos, poente a ‘Matta Preta’, ao norte ‘Paraizo’. A declaração de posse foi feita por José Antonio em 14/01/1857, ao padre Luiz Antônio da Costa.
Antonio José e Maria Ribeiro sendo padrinhos de uma criança. |
De acordo com as pesquisas de Daniel Ferreira, a família Marciano Rosa do distrito de Santo Antônio do Rio Verde teve origem com o casamento de Marciano Antônio da Roza com Cândida Flauzina Ribeira e, até onde podemos descobrir, era composta pelos seguintes filhos do casal: Capitão Francisco Marciano Roza (Capitão Chico Roza), José Marciano Roza, Antônio Marciano Roza e Maria José Ribeiro.
- Francisco Marciano Roza: como já vimos anteriormente, foi casado com Cândida Francisca da Silva.
- Antônio Marciano Roza: casou-se com Maria José da Silva.
- José Marciano Roza: casou-se com Maria Vaz da Costa, da tradicional família Vaz da Costa de Ipameri.
- Maria José Ribeiro casou-se com José Antonio de Mesquita.
Não temos até o momento, informações seguras sobre a origem destas famílias. O que sabemos de confiável é que Marciano Antônio da Roza já estava na região de Catalão desde pelo menos 1850. Certo Francisco Antônio de Mesquita, parente de Antonio José de Mesquita, estava na região em 1838.
O jornal ‘Correio Official do Estado de Goyaz ‘do ano de 1867 menciona José Antônio de Mesquita. Nessa notícia de outrora, José Antônio participava como jurado de um julgamento ocorrido em Catalão. Em 29 de maio de 1879, o mesmo pagou taxa pela exportação de 60 quilogramas de marmelada na recebedoria do porto da Mão de Pão.
José Antonio de Mesquita e Maria José Ribeiro tiveram cinco filhos, sendo Cassiano e quatro mulheres de nome Maria:
1. Capitão CASSIANO JOSÉ DE MESQUITA.
2. Maria Guilhermina de Mesquita, nascida em 1867, casou-se em 24 de agosto de 1886 com Henrique Rodrigues de Almeida, filho de Leonel Rodrigues de Almeida e Custódia Maria da Cruz.
3. Maria Querobina de Mesquita, nascida aos 14 de junho de 1869.
4. Maria das Dores de Mesquita casou-se com João Pereira de Mesquita, filho de Manoel Pereira de Mesquita e de Maria do Carmo Ribeiro, em 19 de agosto de 1896, no mesmo dia em que sua irmã Maria Joaquina casou com José, irmão de seu esposo João. Os registros estão disponíveis na paróquia Madre de Deus, de Catalão/GO.
5. Maria Joaquina de Mesquita casou-se com José Pereira de Mesquita, filho de Manoel Pereira de Mesquita e de Maria do Carmo Ribeiro, em 19 de agosto de 1896.
CASSIANO JOSÉ DE MESQUITA E MARIA CÂNDIDA ROZA:
O Capitão Cassiano José de Mesquita casou-se com a prima em primeiro grau Maria Cândida Roza, filha do Capitão Francisco Marciano Roza e Cândida Francisca da Silva. Viveu num local denominado ‘Fazendinha’, no referido distrito.
Ramiro Policeno e os tios Sebastião e Odário Mesquita. |
Há algumas notícias também sobre a atuação e influência de Cassiano na região, provavelmente herdada do sogro Francisco Marciano. Consta que em 1904, o Capitão Cassiano José de Mesquita fazia parte do segundo esquadrão do 5º regimento de cavalaria da Comarca do Rio Paranaíba. Em 13 de dezembro de 1907, através do decreto estadual nº 2.032, Cassiano foi nomeado 2º suplente de juiz distrital do distrito de Santo Antônio do Rio Verde. Em 1911 foi novamente nomeado, mas um decreto desfez o ato administrativo. Em 1913 foi nomeado agente fiscal da coletoria de Pacheco. Em 1916, foi nomeado juiz distrital do mesmo distrito.
Os filhos dos ditos “Cassianos” foram:
1. Lázaro Rosa de Mesquita
2. Benvinda Rosa de Mesquita
3. Maria Rosa de Mesquita
4. Rosalina Rosa de Mesquita
5. Alfredo Rosa de Mesquita
6. Antônio Rosa de Mesquita
7. Odário Rosa de Mesquita
8. Sebastião Rosa de Mesquita
9. Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca)
10. José Cassiano de Mesquita
11. Izaltina Rosa de Mesquita
Entre os filhos, apenas Lázaro Rosa de Mesquita permaneceu em Catalão, no distrito de Davinópolis, sendo que os demais migraram com os pais para Campo Formoso, se estabelecendo na região da Cachoeira, nas proximidades do córrego do Buriti, e na própria cidade. Maria Rosa possuiu terras na região da Firmeza. Alguns dos irmãos estão entre os primeiros comerciantes do arraial da Cachoeira, a partir dos anos de 1920 e 1930. Também se espalharam para a região do Buritizinho e da cidade de Orizona.
1. Lázaro Rosa de Mesquita nasceu em 01/01/1884 e foi batizado 28/09/1884. Seus padrinhos de batismo foram José Antônio de Mesquita e Maria Guilhermina de Mesquita. Casou-se em 14/06/1907 no distrito de Santo Antônio do Rio Verde com Maria da Silveira Arruda, nascida em 1887 e filha natural de Maria Lucinda Ferreira. Seus filhos foram:
Tarcílio, filho de Lázaro Mesquita, com familiares. |
1.2. Tarcílio Rosa de Mesquita: casado com Anauza Corrêa Barbosa, com ela teve como filhos Jerônimo Rosa de Mesquita, José Rosa de Mesquita, Soldinito Rosa de Mesquita, Rosemário Rosa de Mesquita, Heleno Rosa de Mesquita e Marica.
1.3. José Rosa de Mesquita: casado com Maria Antônia, com ela teve como filhos Helena Rosa de Mesquita e Divino Rosa de Mesquita.
1.4. Antônio Rosa de Mesquita: casado com Maria da Luz, com ela teve como filhos Fátima Rosa de Mesquita, Maria Rosa de Mesquita, Nancy Rosa de Mesquita, José Custódio, Helena Rosa de Mesquita, Maria Abadia Rosa.
1. 5. Sebastiana Lucinda Rosa de Mesquita: casada com Balbino Antônio Ferreira, com ele teve como filhos Maria Abadia Ferreira, João Batista Ferreira ( Celau ), José Balbino Ferreira, Lázaro Manoel Ferreira, Jairo Antônio Ferreira, Darci Rosa de Jesus ( prefeito de Davinópolis por duas vezes ), Santa Rosa Ferreira, Nair Rosa Ferreira, Naína Rosa Ferreira, Maria da Glória Rosa Ferreira.
1.6. Margarida Rosa de Mesquita: casada com Joaquim Felipe Freire, com ele teve como filhos Helena, Lourdes, Mariquinha, Lázara, Otacília, Jovenília, Ramiro, Antônio, Juarez, Sudário
1.7. Jovenília Rosa de Mesquita: casada com Garcino, com ele teve como filhos Lourenço, Manoel, Marcondes, Maria Sebastiana, Ana e José.
1.8. Lázara Rosa de Mesquita: casada com Antônio Ribeiro da Silva, com ele teve como filhos Geralda, Marly e Benedito.
2. Benvinda Rosa de Mesquita ou Benvinda Cândida Rosa nasceu em 05/11/1885 e batizada em 28/02/1886. Seus padrinhos de batismo foram Manuel Rodrigues Souto e Rita Cândida Rosa. Benvinda Cândida Rosa casou-se com José Fabrício, natural de Paracatu-MG, em 16/07/1903. Filhos: Godofredo, Orestes e Sebastiana Rosa Fabrice, que era casada com José Francisco da Silva (Juquinha).
3. Maria Rosa de Mesquita ou Maria Cândida Rosa nasceu em 01/10/1887 e foi batizada em 14/07/1888. Seus padrinhos de batismo foram João Cândido Roza e sua mulher Carolina Cândida Roza. Casou-se em 05 de setembro de 1906 com Augusto Policeno Rosa, filho de José Policeno Roza e Maria Silvéria de Oliveira. O casal teve doze filhos, alguns nascidos em Santo Antônio do Rio Verde e outros em Campo Formoso:
3.1. Ramiro Policeno Rosa (1907-1956), casado com Maria Pereira dos Santos, filha de Joaquim Pereira dos Santos e Jovita de tal, moradores da margem do rio São Marcos.
3.2. Laudia Policeno Rosa (Ladica) (1909-2004), casada com Vicente Pereira de Castro, filho de Isac Pereira de Castro e Escolástica Maria de Lima.
3.3. José Policeno Rosa (1911- 1988) casado com Maria Cândida, filha de Pedro Pereira de Castro.
3.4. Maria Policeno Rosa – Marica (1911-1951), casada com Miguel Luis Fernandes (Miguelão).
3.5. Altina Policena Rosa (1913- 1997) foi casada com Benedito Pereira de Castro, também filho de Isac Pereira de Castro e Escolástica Maria de Lima. Enviuvou-se e casou José Vieira Gonçalves.
3.6. João Policeno Rosa (1915- 2006) casado com Etelvina Silva.
3.7. Adelaide Policeno Rosa (1917-2007), casada com José Joaquim de Sousa.
3.8. Pedro Policeno Rosa (1918-?) foi casado com Diva de tal, ainda viva.
3.9. Antonio Policeno Rosa - Tôe Purcena(1920 -2005) casado com Adelicia.
3.10. Izaura Policeno Rosa (1925-1992) foi casada com Adonias Vieira da Cunha.
3.11. Jovenilia Policeno Rosa (1927-2005), casada com Oramis Vieira de Freitas.
3.12. Maria Conceição Policena de Sousa (1929-2013), casada com Altaídes de Sousa.
4. Rosalina Rosa de Mesquita nasceu em 1890 e casou-se com Emídio Adão Ferreira (ou Adão da Silveira Arruda) em 14/06/1907, irmão de Maria da Silveira Arruda (casada com Lázaro Rosa de Mesquita), filho de Maria Lucinda Ferreira. Esses dois casamentos aconteceram no mesmo dia.
5. Alfredo Rosa de Mesquita nasceu em 02 de julho de 1894 e foi batizado em 18 de fevereiro de 1895. Seus padrinhos de batismo foram Salviano Pereira Guimarães e sua mulher Ana Alves Franca. Alfredo se casou com Laureana Bernardino da Silveira.
Laureana e Alfredo Mesquita. |
7. Odário Rosa de Mesquita (Dário) nasceu em 28/12/1899 e foi batizado em 11/06/1900. Seus padrinhos de batismo foram José Rodrigues Souto e dona Benvinda Rosa de Mesquita.
8. Sebastião Rosa de Mesquita (Sebastião Cassiano) nasceu em 1906 e se casou com Rozenda Jacinto Pereira.
9. Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca) (1909-1987) casou-se com Manoel Francisco Pires, irmão de José Pereira dos Santos (marido da sua irmã Izaltina).
Angelina Rosa de Mesquita (Nenzuca). |
11. Izaltina Rosa de Mesquita casada com José Pereira dos Santos, filho de Joaquim Pereira dos Santos e Jovita de Tal.
A FAMÍLIA POLICENA ROSA:
Em junho de 2011, Maria da Penha Vieira saiu de Orizona e foi a Santo Antonio do Rio Verde para pesquisar sobre vestígios da família Policena/ Policeno Rosa. A partir desta visita, foi feito o seguinte relato:
Maria Rosa de Mesquita, os filhos Láudia e Pedro Policeno e outros familiares. |
De Catalão fui para o distrito de Santo Antonio do Rio Verde, origem da família Rosa Mesquita, os chamados Cassianos. Lá encontrei um pouco de historia... emocionante!!! No povoado ainda existem duas casas da época, uma em ruínas e a outra semi-reformada. A igreja, construída no ano de 1868, foi reformada em 1962, mantendo as características originais. O morador mais antigo, Sr. Carlos, é um mineiro que nasceu em 1935 e se mudou pra lá em 1940. Contou-me ele que, nessa época, já não havia mais nenhum morador da família Rosa Mesquita. Ficou, também, bem explicito que no distrito nunca teve nenhum Policena, todos eram de Catalão, exceto pelo meu avô Augusto Policena Rosa, que se casou com Maria Rosa Mesquita, filha de Cassiano José de Mesquita e Maria Candida Rosa.
Ramiro, Mariana e o bebê Jesus Policena. |
No distrito existe um cartório, que guarda documentos da época, inclusive tive acesso, gentilmente me concedido pela simpática oficial, senhora Maria de Amorim; ela além de me dar acesso, não me cobrou pelos documentos emitidos. Assim, copiei o registro do casamento de nossos avós, Augusto e Maria, realizado em 05/09/1906. Fiquei muito emocionada ao tocar aquele livro do século passado, com suas folhas amareladas e quebradiças pela obra do tempo.
O registro do casamento me originou duas dúvidas. A primeira é o nome da avó: todos os documentos posteriores indicam que ela se chamava MARIA ROSA MESQUITA e no livro do registro o escrivão a cita como MARIA CÂNDIDA ROZA e foi com esse nome que ela assinou o livro. Mas, esse era também o nome de sua mãe, a esposa do Cassiano. Por que a mudança? Acredito que naquela época ninguém pegava certidão nem de nascimento, nem de casamento e como as mulheres sequer sabiam ler e escrever – apenas copiavam o nome e quando ficavam viúvas perdiam suas próprias referencias e informações. Ao mesmo tempo eu pergunto, por que ela tinha o nome da mãe ??? (não era a primeira, nem a ultima filha do casal).
A segunda dúvida é o nome do avô: embora tenha sido citado com Augusto PolicenA Rosa, ele assinou Augusto PolicenO Roza. Como se pode confirmar existem muitas pessoas que assinam dessas duas formas. Na própria cidade de Catalão existem as duas assinaturas, seguidas pelo Rosa. Alguns acreditam tratar-se de duas famílias e eu penso que não, porque dentre os filhos de Augusto existem os dois. Constatei que o primeiro filho dele, Ramiro e alguns de seus filhos assinam PolicenO. Deduz-se que, sendo ele o mais velho, possuía informação mais precisa; contudo todos os outros filhos (homens) assinam PolicenA, mas as mulheres variam entre um e o outro.
Outro detalhe é a assinatura Roza da bisavó Maria Cândida e dos Policena(o). Tem-se aí a idéia de que havia parentesco entre eles. Há, ainda, outra informação divergente do conhecimento atual, o nome da bisaavó Maria Silvéria. Pensávamos que seu nome era Maria Silvéria Borges e, no registro, lê-se Maria Silveria de Oliveira, apesar de não estar muito nítido, porem, Borges não é. Todas essas duvidas só poderiam ser sanadas com as devidas certidões de nascimento, mas....
No encontro com o Sr Carlos ele me mostrou um jornal do ano de 1986 com uma reportagem sobre uma moradora do distrito, no século passado, conhecida por “Caetaninha” e que ele acredita ser da família Rosa. Lá todos contam a mesma história e eu pude ver o local onde havia a sua casa, uma pena ter sido demolida.
Outra informação importante dada por esse senhor é que o Distrito de Santo Antonio do Rio Verde era território pertencente ao estado de Minas Gerais. Naquela época tudo se resolvia em batalhas sangrentas entre famílias que se destacavam, quer pelo poder econômico, quer pelo poder da violência (não é a toa que se diz que a justiça de Catalão era o 38). Assim, a familia Sampaio, que comandava a região, fincou um marco à beira do Rio Verde, onde seria travada a batalha com os mineiros para decidir quem ficava com o distrito de Stº Antonio. Entretanto, no dia marcado os Sampaios não compareceram e os mineiros não deram muita importância e com o tempo Catalão absorveu definitivamente o distrito”.
Faltava identificar a origem do sobrenome Policena/ Policeno. Sempre se acreditou que vinha de um tempo remoto, talvez de outra região do planeta, como a Itália ou a Grécia. Contudo, identificou-se que este surgiu em terras goianas, mais precisamente em Catalão, em que o nome do patriarca Polyceno José da Rosa foi assimilado pelos descendentes, virando nome de família. Sobre a origem de Polyceno, não sabemos, mas o pai de Augusto, José Policena, vivia no distrito de Catalão em 1906.
POLYCENO JOSÉ DA ROSA e MARIA RITTA DE JESUS foram os patriarcas da família Policena de Catalão Seus filhos foram:
1) José Policena Rosa, casado com Maria Silvéria de Oliveira
2) Antônio José da Rosa
3) Salustiano José da Rosa, casado com Carolina Arruda
4) João Policena Rosa, casado com Fermina Borges
5) Herculano José da Rosa
6) Virgínio José da Rosa, casado com Maria de Freitas
7) Fructuoso José da Rosa
8) Maria Policena Rosa, casada com João Borges
9) Maria de Abadia, casada com Bernardino Borges
10) Maria da Conceição
11) Joaquim José da Rosa
12) Maria Galdina
13) Francisco José da Rosa
14) Elyseu José da Rosa
Depois que vieram em 1920 para Campo Formoso, Augusto Policeno (neto de Polyceno) e Maria Rosa se estabeleceram nas margens do ribeirão Cachoeira, entre a Firmeza e a Cachoeira, abaixo da sua confluência com o córrego da Estiva. Construíram uma casa de moradia à margem direita do referido ribeirão, em local próximo ao que conhecemos atualmente como cachoeira do Augusto. Além de terras nesta região, era proprietário de gleba no local denominado “Capãozinho”, na cabeceira de córrego de mesmo nome, na região da Firmeza, onde hoje é a comunidade da Estiva de Cima.
Augusto Policena era um homem de grande inteligência e de incrível capacidade criativa. Seus filhos e netos relataram que fabricava agulha de máquina de costura, canivete e tocava berimbau que confeccionava, fabricava espingardas, ferramentas de uso doméstico, equipamentos para fazer roupas, dentaduras e uma infinidade de coisas. Supostamente, tinha um projeto de irrigação de terras próximas à Cachoeira para plantio de arroz, com águas retiradas gravitacionalmente a partir da sua cachoeira.
Augusto faleceu na cidade de Orizona em 10 de julho de 1953, aos 66 anos de idade, depois de uma crise de saúde que durou cerca de cinco dias. O médico Joel de Andrade o atestou como causa de sua morte uma insuficiência cardio-hepática, em agravamento de uma hepatite crônica. Maria Rosa viveu mais alguns poucos anos. As suas terras, após inventariadas e negociadas entre irmãos e vizinhos, ficaram em partes com o filho mais velho Ramiro e com os descendentes de Avelino e Guilhermina Pereira de Castro.
Em 13 de julho de 2013, os descendentes dos Policena Rosa de Catalão se reuniram na AABB de Orizona para o 1º Encontro da Família Policena, com a presença de familiares de diversas regiões de nosso país.
Dos filhos de José Policeno Roza e Maria Silveria de Oliveira, sabemos da existência de:
1. Augusto Policeno Rosa, casado com Maria Rosa de Mesquita.
2. Antonio José Policeno Rosa, casado com Helena Rosa de Mesquita, filha de José Cirilo Coelho e Abadia de Mesquita.
3. Benício Policeno Rosa.
4. João Policeno Rosa.
5. Maria Theodora Policeno Rosa.
E essa história não fica por aí. Os Policenas são uma família bem maior, como retratado no vídeo abaixo, narrado por Penha Vieira e João Bosco Memede, tendo se espalhado por todo o Estado de Goiás, parte de Minas Gerais e outras regiões do país e do exterior.
OS PEREIRA DOS SANTOS:
Membros da família Pereira dos Santos, que morava à margem do rio São Marcos, vieram juntos com os “Cassianos” na comitiva. Não temos muitas informações sobre essas famílias, mas, por relatos, sabemos que Joaquim Pereira dos Santos era casado com uma mulher indígena de nome Jovita. Esta era afamada por sua força física, que superava inclusive a dos homens mais fortes da região.
O casal tinha já alguns filhos e Jovita estava nos tempos da migração, de resguardo do parto de Mariana Pereira dos Santos. Supostamente, ao ajudar numa travessia de um gado no rio, a mãe teve um mal súbito e veio a falecer. Joaquim mudou com os filhos para Campo Formoso. Mariana, que ainda era um bebê, ficou aos cuidados de Alfredo Silveira Mesquita e Laureana Bernardina da Silveira. Dos irmãos que temos informações:
1. José Pereira dos Santos casou-se com Izaltina Rosa de Mesquita.
2. Laudelina Pereira dos Santos casou-se com José Cassiano Rosa de Mesquita
3. Mariana Pereira dos Santos casou-se com Ramiro Policeno Rosa, filho de Maria Rosa de Mesquita e Augusto Policeno Rosa.
4. ‘Mazila’ Pereira dos Santos, casada com José Vieira.
5. Manoel Francisco Pires casado com Angelina Rosa de Mesquita.
OS PEREIRA DE MESQUITA E OUTROS TRONCOS FAMILIARES:
Temos em Orizona a família Pereira de Mesquita, que não é do mesmo tronco familiar, mas são parentes não muito distantes. Os integrantes desta família, da descendência de Augusto Pereira de Mesquita, ao longo dos anos exerceram cargos importantes no município. Tomamos como exemplo os ex-prefeitos Benedito Pereira de Mesquita (1972-1973) e João Bosco Mesquita (2001-2004). Benedito também foi vereador, tendo mandatos de 1951-1954, 1955-1958, 1959-1962 e 1963-1965, ou seja, em quatro legislaturas seguidas. João Bosco foi vereador entre 1989 e 1992 e secretário de Agricultura entre 1997 e 2000. Silvio Mesquita foi vereador de 1966 a 1970. Pedro Pereira Mesquita, de 1959-1962 e 1963 a 1965 e Isidoro Pereira de Mesquita, de 1966 a 1970. A atual vice-prefeita, Roseli Gonçalves Marcelo, é esposa de João Bosco Mesquita, tendo sido uma primeira-dama querida e amada e a vereadora mais votada na legislatura anterior (2013-2016). Manoel José de Mesquita (Manezinho) é um grande comunicador, pioneiro no rádio com a rádio Cultura de Orizona, atuando ainda na rádio Orizona FM e na comunicação volante. Pedro Pereira de Mesquita Júnior (Pedro Júnior) é uma referência da comunicação visual em nosso país.
Outro grupo familiar que assina Mesquita e que vive em Orizona é dos descendentes de João Mesquita, pai de Lázaro Mesquita (Lazico).
LEGADO DOS ROSA DE MESQUITA:
A descendência desta família é em Orizona, uma das maiores atualmente, calculada em milhares de indivíduos. Desde a chegada, demonstraram o seu espírito empreendedor e criativo. Podemos mencionar, correndo o risco de esquecer alguns, a incrível inteligência e criatividade de Augusto Policeno Rosa e Gustavo Pereira de Castro, o espírito empreendedor de José Cassiano e Antonio Rosa de Mesquita, José Issa Mesquita e Augusto Pereira de Castro, Vicente Pereira de Castro, João José de Sousa e filhos, comerciantes, Antônio Policena Rosa (Tôe Purcena), ferreiro, José e Hélio Fernandes Mesquita, médicos, José de Sousa Peres (Zezé da Conceição) e Inês de Castro (viúva de Gustavo Pereira de Castro), escritores. José Issa, como agropecuarista, contribuiu sobremaneira para o melhoramento genético do rebanho leiteiro em Orizona. Maria da Penha Vieira, bancária aposentada, administra com o filho a Clínica Libesp, que recebe dependentes químicos.
Antonio Cassiano foi vereador por Orizona. |
Integrantes desta família, liderados por Gustavo Pereira de Mesquita, foram responsáveis pela criação do Firmeza Esporte Clube em 1942, uma das equipes de futebol amador mais tradicionais do município.
Concluímos o texto continuando a solicitar que, aqueles e aquelas que tiverem conhecimento de informações novas ou não citadas a respeito dessa família, que nos remetam para contribuir com um texto.
Firmeza Esporte Clube, fundado em 1942 por Gustavo Pereira de Castro. |
ANSELMO PEREIRA DE LIMA
(Historiador, genealogista, escritor e servidor público)
DANIEL FERREIRA DA SILVA
(Historiador, genealogista, professor, escritor e colaborador do blog Historiografia para Catalão)
MARIA DA PENHA VIEIRA
(Genealogista, servidora aposentada do Banco do Brasil e empresária)
* Publicamos este texto originalmente em 04 de maio de 2020. Agora, apresentamos este com acréscimos e novas informações importantes em 07 de dezembro de 2022.
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