A segunda fase da Operação Luz da Verdade, deflagrada nesta terça-feira, 5 de julho, pela Polícia Civil, aponta que uma empresa é suspeita de cometer fraudes para vencer licitações em 10 cidades de Goiás. De acordo com o delegado que coordenou a ação, Rômulo Matos, há indícios de que a consultoria vencedora, a Planegge Empresa de Assessoria de Gestão Publica, com apoio de outras entidades, simulava a competição dentro da licitação para manipular os resultados.
“Nós temos inicialmente comprovada a fraude em licitação, uma vez que as empresas que concorriam já estavam acertadas e direcionadas para que apenas uma se consagrasse vencedora, a Planegge. Temos empresas que não existem de fato, em nome de laranjas e mais de uma empresa situadas no mesmo endereço. Além de ter indícios de elos de amizade entre os donos destas empresas”, afirmou o delegado, que destacou que os documentos apreendidos serão analisados para identificar quais as responsabilidades das outras entidades envolvidas.
O dono da Planegge, Paulo Roberto de Oliveira, informou à reportagem da TV Anhanguera, por telefone, que todos os serviços contratados pela empresa foram realizados dentro do que é previsto em lei. Ele afirmou ainda que tem toda a documentação que comprova que prestou serviço para os órgãos envolvidos.
A Operação Luz da Verdade II foi deflagrada nesta terça-feira com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em 15 órgãos públicos das cidades de Mineiros, Jataí, Novo Planalto, Orizona (Câmara Municipal), Paraúna, Santa Cruz de Goiás, Santa Rita do Araguaia, São Miguel do Araguaia, Ipameri e Palmelo. Foram apreendidos contratos de 2009 a 2015 envolvendo a empresa Planeje.
Os trabalhos da polícia são um desdobramento da primeira fase da operação, realizada em março deste ano, que constatou fraude em licitações na cidade de Palmelo, região sul de Goiás. Segundo a polícia, as irregularidades identificadas na época causaram mais de R$ 500 mil de prejuízo aos cofres públicos.
De acordo com o delegado, a partir da análise dos contratos da empresa envolvida no esquema em Palmelo, a polícia chegou aos contratos das outras dez cidades, que apresentaram, em seu processo de licitação, o mesmo modo de operação detectado no município.
De acordo com o delegado Rômulo Matos, os chefes de cada um dos órgãos vão ser investigados. Em alguns dos casos, segundo ele, há indícios de que prefeitos também estejam envolvidos na fraude. “Diante das provas coletadas até o momento, há indícios de que, eventualmente, algum servidor público, ou mesmo o prefeito venha a estar conivente com o caso. Por tal razão nós pedimos autorização junto ao Tribunal de Justiça de Goiás, para que possamos investigá-los. Neste momento temos apenas provas relativas ao processo de licitações”, afirmou.
Em Orizona, a operação apreendeu balancetes e contratos da Câmara Municipal. A Câmara Municipal de Orizona destacou, em nota ao Portal G1 que o procedimento ocorreu "de ordem do Tribunal de Justiça, no sentido de recolher documentos para averiguação de possíveis atos infracionais cometidos por agentes e empresas que prestaram serviços nesta Câmara. Procedimento este visto com bons olhos, uma vez que o mesmo visa buscar a verdade dos fatos".
Fonte: Portal G1.
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