OPINIÃO - Ao registrar essas minhas lembranças, falo dos meus infortúnios, minhas mágoas, minhas vitórias e meus fracassos, e, algumas vezes até critico procedimentos infelizes de uma ou outra pessoa. Mas, não vou deixar de exaltar procedimentos nobres e atos de grandeza, onde e quando tenham sido praticados, por quem quer que seja.
Por isso, para não cometer uma injustiça, preciso voltar a falar sobre a moça de Itapaci, que rompeu comigo, o compromisso de ser minha esposa e fugiu da minha vida, mas não fugiu da sublime missão que lhe foi confiada por Deus. Missão que consiste em amar e proteger aquelas três crianças (nossos filhos) que vieram ao mundo através dela. Esse compromisso, ela tem cumprido com total determinação, dedicação e dignidade.
Quando se separou de mim, ela era jovem, bonita, confiante e cheia de entusiasmo pela vida, e, após algum tempo da nossa separação, se casou de novo. Assim, ela pôde contar com o apoio efetivo e afetivo de alguém que desempenhou importante papel na sua vida e também na vida das nossas crianças. Seu novo marido. O padrasto dos meus filhos.
Senti raiva dele? Não. Inveja? Também não. Ciúme dela? Um pouquinho (só no início), mas logo aceitei a verdade de que no jogo do amor, onde tem um vencedor tem que haver um perdedor, que nesse caso, fui eu.
Sou um homem de formação Cristã, e, no meu coração não há lugar para sentimentos mesquinhos como o ódio, a inveja ou a vingança. Os sentimentos com que alimento a minha alma são a compreensão, o perdão e o amor.
Sei que aquele homem nunca pretendeu substituir-me, no coração dos meus filhos, pelo contrário, ele foi o apoio, o companheiro, o amigo o orientador e o suporte para uma família que estava se desmoronando. Assim, entre ele, eu e a minha família, que hoje é também a sua família, formou-se um forte vínculo de confiança e de respeito. Sua presença amiga, sua generosidade e sua humildade, muito contribuíram para que nossas crianças amenizassem a falta do pai, ausente.
Meus filhos cresceram, tornaram-se adultos. Hoje, cada um deles tem seu diploma de faculdade e seguem confiantes, rumo aos horizontes que se descortinam à sua frente.
Francisco Ricardo de Souza Júnior, (Chico Junior) meu primogênito, intransigente, rusguento (igual a mim), e, ao mesmo tempo apaziguador, sensível e chorão (eu também sou assim) é Professor de História e cantador de viola, meu herdeiro musical.
Pollyanna Aparecida de Souza (minha pequena Polly), amada menina grande, linda, extrovertida, ciumenta e "entrunfadeira", formou-se em Química (quem diria...).
Henrique Ricardo de Souza (O meu neném), caçula da minha primeira remessa, ponderado, generoso e ao mesmo tempo autoritário (mas, não arrogante), com personalidade forte e acentuada capacidade de liderança, formou-se em Engenharia de Automação Industrial (acho que o nome do curso é isso mesmo). Ah! Como eu gostaria de ter podido fazer por eles, quando eram crianças, o que hoje eles fazem por mim.
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* Trigésimo Quinto capítulo do livro "Marrequinho - O Menino de Campo Formoso", de Francisco Ricardo de Souza. Imagens: Acervo Pessoal. Publicação autorizada pelo autor. Todos os direitos reservados.
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